Bloomberg — O ouro subiu para o valor mais alto em um mês, com os investidores buscando proteção em meio à inflação persistentemente alta e à redução iminente do estímulo.
O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu em setembro mais do que o previsto, retomando o ritmo de crescimento mais acelerado e ressaltando a persistência de pressões inflacionárias na economia. O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos caiu após um aumento inicial após os dados divulgados na quarta-feira, impulsionando a demanda por ativos como o ouro.
“As taxas de juros reais caíram e isso sustentou o ouro”, disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS Group AG. “Há uma percepção crescente no mercado de que a inflação pode ficar elevada por mais tempo.”
Dados na quinta-feira mostraram que os preços na indústria da China cresceram no ritmo mais rápido em quase 26 anos em setembro, aumentando os riscos de inflação global. O índice de preços ao produtor dos EUA subiu menos do que o esperado, de acordo com um relatório.
Enquanto isso, as atas da reunião do Federal Reserve do mês passado mostraram que as autoridades concordaram amplamente que deveriam começar a reduzir as compras de títulos em meados de novembro ou meados de dezembro, em meio à crescente preocupação com a inflação. As medidas de estímulo da era pandêmica foram um dos principais pilares na recuperação do ouro para um recorde no ano passado.
“As atas não continham nada de novo”, escreveu Daniel Briesemann, analista do Commerzbank AG, em uma nota. O banco espera que a redução gradual de estímulos seja anunciada na próxima reunião no início de novembro, disse ele.
O ouro à vista subiu 0,2% para fechar em US$ 1.795,87 a onça em Nova York, seu mais alto patamar em quatro semanas. O Bloomberg Dollar Spot Index caiu 0,1%, após recuar 0,5% na sessão anterior. Prata, platina e paládio tiveram alta.
--Com a ajuda de Yvonne Yue Li.
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