Bloomberg — Os Estados Unidos se tornaram o epicentro mundial da mineração de Bitcoin após uma repressão do governo chinês para eliminar efetivamente a prática no antigo berço da indústria.
No final de agosto, os EUA respondiam por 35,4% da taxa global de hash, uma medida de energia usada na computação para extrair a moeda digital, de acordo com um estudo do Cambridge Center for Alternative Finance publicado nesta quarta-feira (13). Isso é mais do que o dobro da atividade observada em abril.
O aumento na participação do país foi impulsionado pela decisão da China de reduzir a indústria para controlar o risco financeiro. Nos primeiros dias da criação do Bitcoin em 2009, a nação asiática era a base para os maiores mineiros que exploravam eletricidade barata de carvão e usinas hidrelétricas.
Agora, os esforços intensivos de Pequim para conter o mercado de criptomoedas, anunciados em maio, estão funcionando. A participação da China na mineração de Bitcoin atingiu efetivamente zero, descobriram os pesquisadores de Cambridge. Isso caiu de 75% em setembro de 2019, quando Cambridge começou a coletar dados. É também uma queda acentuada em relação ao nível de 46% registrado em abril deste ano.
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Há uma grande possibilidade de que a mineração secreta ainda esteja acontecendo na China, mas roteada por redes privadas virtuais que fazem parecer que os computadores estejam operando em outro país. Os recentes aumentos na taxa de hash na Irlanda e na Alemanha são provavelmente o resultado de mineradores usando VPNs ou servidores proxy, de acordo com a pesquisa de Cambridge.
Mineiros de Bitcoin fogem da China na disputa global por energia elétrica
Os mineiros estão buscando eletricidade barata e migrando para outros países para alimentar o boom da moeda virtual que está se aproximando de recordes novamente. O token subiu mais de 370% no ano passado, para cerca de US$ 54.650, com um valor total de mercado de cerca de US$ 1 trilhão.
No Cazaquistão, a participação da taxa de hash atingiu 18,1% em agosto, ante 8,2% em abril, enquanto a participação da Rússia cresceu para 11%, de 6,8% no mesmo período.
Os pesquisadores do instituto, que faz parte da Escola de Business de Cambridge, da Universidade de Cambridge, coletam dados sobre os endereços IP de operadoras de pools de mineração como BTC.com, Poolin, ViaBTC e Foundry.
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