Delta adverte sobre aumento de combustível, inibindo recuperação dos lucros

Lucro líquido do terceiro trimestre excedeu as expectativas dos analistas, mas aumento no combustível para aviação pode levar companhia aérea de volta ao vermelho

Aviones de Delta Air Lines
Por Mary Schlangenstein
13 de Outubro, 2021 | 05:19 PM

Bloomberg — A Delta Air Lines, uma das maiores companhias aéreas dos Estados Unidos, comunicou o primeiro lucro trimestral, excluindo a ajuda federal, desde o início da pandemia, mas disse que o aumento dos preços do combustível de aviação é uma ameaça para permanecer no azul.

O lucro líquido do terceiro trimestre excedeu as expectativas dos analistas. A companhia aérea com sede em Atlanta conseguiu superar uma desaceleração temporária da demanda, em meio ao ressurgimento de temores relacionados ao coronavírus em função da variante delta.

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A receita líquida do terceiro trimestre, excluindo US$ 1,3 bilhão em ajuda do governo, chegou a US$ 194 milhões, ou US$ 0,30 por ação, informou a companhia aérea nesta quarta-feira (13). Os analistas esperavam US$ 0,17, de acordo com a média das estimativas compiladas pela Bloomberg.

A Delta alertou que pode voltar ao vermelho no trimestre atual devido principalmente aos custos mais elevados de combustível, que segundo previsões, pode chegar a US$ 2,40 por galão (4,54 litros), um aumento significativo se comparado aos US$ 1,94 no terceiro trimestre.

“Isso limitará nossa capacidade de registrar lucro no trimestre. Com os atuais níveis do preço do combustível, parece que teremos uma perda modesta “, disse o CEO, Ed Bastian, em entrevista.

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As ações da companhia aérea acumula ganhos de 8,3% no ano até ontem (12), o pior desempenho no índice S&P 500 Airlines.

Delta aponta tendências

A Delta é a primeira grande companhia aérea dos EUA a publicar os resultados do terceiro trimestre. A United Airlines, a American Airlines e a Southwest Airlines devem divulgar os balanços na próxima semana.

As 11 maiores operadoras dos EUA devem ter um prejuízo operacional combinado de US$ 694 milhões e uma perda antes de impostos de US$ 1,9 bilhão no trimestre, de acordo com o analista do Deutsche Bank, Michael Linenberg.

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A Delta acumulou cinco perdas trimestrais consecutivas depois que a pandemia foi decretada, em março de 2020, e desmantelou a demanda global por viagens. A receita do terceiro trimestre, excluindo vendas de refinaria, foi de US$ 8,3 bilhões, menos do que os US$ 8,45 bilhões previstos pelos analistas.

A queda nas reservas de voos, causada pela variante delta do coronavírus, atingiu o fundo do poço em setembro, e agora a companhia aérea observa uma melhora na demanda, incluindo uma recuperação nas viagens domésticas de negócios.

A companhia aérea espera que a receita do quarto trimestre suba para cerca de 70% dos níveis de 2019, contra 66%, no terceiro. O custo para cada assento por milha voada, uma medida de eficiência, excluindo combustível, aumentará em até 8% em relação ao trimestre de 2019.

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Apostando na Europa

A companhia aérea e outras operadoras estão apostando na reabertura das fronteiras dos EUA para viagens do Reino Unido e da Europa continental, no próximo mês, para reacender as viagens internacionais, principalmente de passageiros de negócios. O mercado transatlântico, que é vital, continuou prejudicado por uma série de exigências de teste e quarentena entre os países.

Metade da receita de passageiros da Delta em 2019 veio de contas corporativas, e a empresa disse que seu maior potencial de crescimento está nos mercados internacionais. As reservas para voos transatlânticos para os EUA aumentaram 10 vezes durante a noite, depois que os EUA divulgaram, em setembro, que suspenderiam as restrições.

Essas reservas entre os EUA e o Reino Unido permanecem “muito fortes”, disse Bastian na entrevista, antes da Delta divulgar os resultados.

“Eu me sinto muito bem com o que estamos vendo nas reservas e expectativas de demanda futura em vários níveis.”

Soldado solitário

A Delta continua sendo a única resistência, entre as maiores companhias aéreas dos EUA, em relação a exigir a vacinação de funcionários contra a Covid-19, mesmo depois que seus pares, American e Southwest, disseram, na terça-feira (12), que desafiariam a decisão do Texas de banir a vacinação compulsória para atender aos requisitos federais. A Delta e outras transportadoras com contratos federais foram obrigadas a cumprir a política da Casa Branca.

Cerca de 90% dos trabalhadores da Delta já foram vacinados, e esse número deve chegar a 95% até novembro, sem incluir os isentos. Bastian disse que espera obter 100% de conformidade dos funcionários sem obrigá-los a se vacinar. A companhia aérea planeja impor uma sobretaxa de seguro mensal de US$ 200 para os funcionários que não forem vacinados até 1º de novembro.

“Eu adoraria continuar trabalhando de forma colaborativa com nosso pessoal, confiar neles para tomarem a decisão certa, confiar em sua decisão e não ter que ameaçá-los de perder seus empregos”, disse ele.

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