Dados dos EUA são peças essenciais para quebra-cabeça dos mercados

Na newsletter de hoje: ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, dados de inflação nos EUA e início da temporada de balanços estão no radar dos investidores; Apple deve reduzir suas metas de produção do iPhone 13 projetadas para 2021 em até 10 milhões de unidades

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Bom dia! Este é o Breakfast, uma newsletter diária da Bloomberg Línea.

Todos os olhos estarão voltados aos Estados Unidos, que hoje oferece algumas peças essenciais para o mercado traçar suas projeções e montar este enredado quebra-cabeça econômico. O banco JPMorgan Chase & Co. inaugura hoje a temporada de balanços e o mercado acompanhará duas divulgações importantes: a inflação ao consumidor e as atas do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).

Até conhecer estes dados, o mercado deve operar com alguma cautela. Nos primeiros negócios da manhã, as bolsas europeias operavam mistas. Depois de abrirem em queda, os futuros de índices em Wall Street mudaram de rumo. A volatilidade é a marca neste início de operações.

E por que estas informações são tão relevantes?

  • O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos dará uma dimensão de como os problemas na cadeia de abastecimento, a escassez de semicondutores e a crise energética que afeta várias partes do mundo respingarão sobre o consumidor final. Também ajudará os analistas a tirar suas conclusões sobre a necessidade ou não de uma política mais incisiva por parte dos bancos centrais mundiais.
  • As autoridades monetárias têm transmitido sua intenção de cessar seus programas de recompra de títulos no mercado e reiterado que as pressões inflacionárias são pontuais. Porém, os últimos avanços dos preços das commodities de energia – e a crise energética que se desponta ao redor do globo – deixam dúvidas sobre esta transitoriedade.
  • O mercado espera encontrar nas atas FOMC pistas sobre a política monetária do Federal Reserve e sua estratégia de saída do programa de recompra de títulos.
  • Ontem, o presidente do Federal Reserve Bank de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o aumento da inflação está durando mais do que o esperado, portanto não é apropriado referir-se a tal aumento como transitório. Já o vice-presidente Richard Clarida observou que as condições necessárias para iniciar a redução do programa de compra de títulos do Fed foram “quase todas satisfeitas”.
  • Com relação aos balanços corporativos, devem orientar boa parte das decisões de investimento na medida em que deixarão antever se a pressão sobre os preços está ou não afetando as margens de lucro. A expectativa geral é de que venham números muito bons este trimestre

Por aqui

Os mercados reabrem hoje no Brasil, após ficarem fechados por conta do feriado de Nossa Senhora Aparecida na véspera (12), um dia de ações no vermelho nos Estados Unidos. O dia foi misto para os papéis brasileiros negociados por lá, mas os principais índices americanos fecharam em queda, com as preocupações quanto à inflação e as expectativas pela agenda do dia pautando o humor.

  • Com os mercados fechados ontem (12) por conta do feriado, o Ibovespa fechou em queda de 0,58% na segunda-feira (11), a 112.180 pontos. O dólar subiu 0,54% cotado a R$ 5,54

Agenda do dia

  • O IPC dos EUA
  • O Federal Reserve divulga hoje (13) a ata da reunião de política monetária de setembro, durante a qual as autoridades disseram que, até o final do ano, começarão a reduzir as compras de ativos que têm como objetivo estimular a economia.
  • Pedidos iniciais de desemprego nos EUA, PPI, previstos para quinta-feira
  • Vendas ao varejo nos EUA na sexta-feira
  • Índices de preços ao consumidor e ao produtor da China na quinta-feira

Enquanto você dormia

A Apple deve reduzir suas metas de produção do iPhone 13 projetadas para 2021 em até 10 milhões de unidades, à medida que a prolongada escassez de chips atinge seu principal produto, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

  • A empresa esperava produzir 90 milhões de novos modelos de iPhone nos últimos três meses do ano, mas agora está dizendo aos parceiros de fabricação que o total será menor porque a Broadcom e a Texas Instruments estão lutando para entregar componentes suficientes, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque a situação é privada.
  • O gigante da tecnologia é um dos maiores compradores de chips do mundo e define o ritmo anual para a cadeia de suprimentos de eletrônicos. Mas mesmo com grande poder de compra, a Apple está lutando contra as mesmas interrupções no fornecimento que têm causado estragos em indústrias em todo o mundo. Os principais fabricantes de chips alertaram que a demanda continuará a superar a oferta ao longo do próximo ano e potencialmente além.
  • A escassez já pesou sobre a capacidade da Apple de enviar novos modelos aos clientes. O iPhone 13 Pro e o iPhone 13 Pro Max foram colocados à venda em setembro, mas os pedidos não serão entregues do site da Apple por cerca de um mês. E os novos dispositivos estão listados como “atualmente indisponíveis” para retirada em várias lojas de varejo da empresa. As operadoras parceiras da Apple também estão vendo atrasos nas remessas semelhantes.

Veja mais: Quantos dias teria que se trabalhar no Brasil para comprar o novo iPhone?

Importante saber

Destaques da Bloomberg Línea

Opinião Bloomberg

O governo do presidente Joe Biden garantiu repetidamente aos americanos que o forte aumento da inflação que estão experimentando é temporário - na linguagem dos economistas, transitório. As pesquisas sugerem que o público está menos do que convencido, mas as expectativas dos consumidores em relação à inflação são notoriamente instáveis.

Tudo isso fez com que economistas e banqueiros centrais estudassem zelosamente os dados dos Estados Unidos em busca de sinais de quando ou se a inflação, atualmente pouco abaixo de 4%, voltará para a meta do Federal Reserve de 2%. Em vez disso, eles deveriam considerar uma questão mais fundamental: se o Fed deveria se esforçar para tornar a inflação de 4% permanente.

Pra não ficar de fora

O príncipe Harry, duque de Sussex, e sua esposa, Meghan Markle, duquesa de Sussex, são os mais novos aderentes ao boom de investimentos sustentáveis à medida que seguem Wall Street ao abraçar uma indústria de trilhões de dólares.

O casal está se juntando ao Ethic, um fundo de investimento de US$ 1,3 bilhão em Nova York, como “parceiros de impacto” na esperança de aumentar a conscientização sobre questões como injustiça racial, mudança climática e igualdade de renda, disse o cofundador Jay Lipman. Eles haviam apoiado a empresa no início deste ano.