Bloomberg — Para o CEO do Standard Chartered, o governo chinês não permitirá que a turbulência provocada pela incorporadora China Evergrande se transforme em crise sistêmica.
O banco, com forte foco na Ásia, não tem “exposições relativas ao setor imobiliário”, disse o diretor-presidente do Standard Chartered, Bill Winters, em entrevista à Bloomberg TV gravada em Londres na terça-feira (12).
“Essa ideia de que seria uma espécie de momento Lehman para a China: não acho que a China seja francamente tão ‘tola’”, disse.
A China, um país-chave para o banco, ainda pode crescer cerca de 5%, disse Winters, acrescentando que a recente repressão às empresas de tecnologia terá pouco impacto no setor bancário. “Não se trata de ataques aleatórios a setores aleatórios”, destacou. Para ele, as medidas da China enviaram uma mensagem: “Queremos nossos jovens empregados e engajados”, disse.
A economia global, entretanto, enfrenta uma recuperação irregular do impacto da pandemia de Covid-19, disse Winters.
“Não estou desesperadamente preocupado com a economia, mas acho que será um pouco mais difícil”, afirmou. A retirada das medidas de apoio da pandemia deve diminuir o ritmo, disse.
“Acho que as pressões inflacionárias são transitórias, mas também vejo pressões salariais estruturais que estão se acumulando por causa de uma economia razoavelmente forte e outros deslocamentos que não serão facilmente resolvidos”, disse.
Winters está otimista sobre a direção de longo prazo dos mercados, que são “extremamente sensíveis às taxas de juros no momento”, mas ainda sustentados por um forte crescimento com base nos fundamentos.
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