Barcelona, Espanha — Todos os olhos estarão voltados aos Estados Unidos. O banco JPMorgan Chase & Co. inaugura hoje a temporada de balanços e o mercado acompanhará duas divulgações importantes: a inflação ao consumidor e as atas do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
Até conhecer estes dados, o mercado deve operar com alguma cautela. Nos primeiros negócios da manhã, as bolsas europeias operavam mistas. Depois de abrirem em queda, os futuros de índices em Wall Street mudaram de rumo. A volatilidade é a marca neste início de operações.
E por que estas informações são tão relevantes?
- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos dará uma dimensão de como os problemas na cadeia de abastecimento, a escassez de semicondutores e a crise energética que afeta várias partes do mundo respingarão sobre o consumidor final. Também ajudará os analistas a tirar suas conclusões sobre a necessidade ou não de uma política mais incisiva por parte dos bancos centrais mundiais.
- As autoridades monetárias têm transmitido sua intenção de cessar seus programas de recompra de títulos no mercado e reiterado que as pressões inflacionárias são pontuais. Porém, os últimos avanços dos preços das commodities de energia – e a crise energética que se desponta ao redor do globo – deixam dúvidas sobre esta transitoriedade.
- O mercado espera encontrar nas atas FOMC pistas sobre a política monetária do Federal Reserve e sua estratégia de saída do programa de recompra de títulos.
- Ontem, o presidente do Federal Reserve Bank de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o aumento da inflação está durando mais do que o esperado, portanto não é apropriado referir-se a tal aumento como transitório. Já o vice-presidente Richard Clarida observou que as condições necessárias para iniciar a redução do programa de compra de títulos do Fed foram “quase todas satisfeitas”.
- Com relação aos balanços corporativos, devem orientar boa parte das decisões de investimento na medida em que deixarão antever se a pressão sobre os preços está ou não afetando as margens de lucro. A expectativa geral é de que venham números muito bons este trimestre.
Todas estas variáveis ajudam a compor o pano de fundo para as economias globais, que para o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem reduzir ligeiramente seu ritmo de crescimento. Segundo o FMI divulgou ontem, embora a recuperação econômica esteja no caminho certo, o ímpeto inicial enfraqueceu, em parte por causa de problemas nas cadeias de abastecimento. Essas pressões, somadas aos surtos da Covid-19 e aos choques climáticos, afetaram a atividade de manufatura e provocaram uma escassez de insumos.
Pelo relatório do FMI, este ano o Produto Interno Bruto (PIB) mundial crescerá 5,9%, 0,1 ponto percentual abaixo de sua projeção de julho, enquanto manteve a projeção em 4,9% para o próximo ano.
Ler mais: FMI: Commodities impulsionam crescimento na América Latina e no Caribe
E o que mais está no radar do mercado?
- Ata do FOMC e IPC dos Estados Unidos, hoje
- Pedidos iniciais de desemprego nos EUA, PPI, previstos para quinta-feira
- Além da inflação ao consumidor, os EUA divulgam suas vendas ao varejo (sexta-feira)
- Índices de preços ao consumidor e ao produtor da China na quinta-feira
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As bolsas na Europa se comportavam assim na manhã de hoje:
- o Stoxx 600 Europe Index subia 0,15%, aos 457 pontos às 10h35 CEST (5h35 no horário de Brasília), depois de abrir com perdas
- o alemão DAX ganhava 0,62%, para 15.239 pontos
- em Paris, o CAC 40 ascendia 0,02%, para 6.549 pontos
- o londrino FTSE 100 cedia 0,39%, aos 7.101 pontos
- o IBEX 35 recuava 0,21%, aos 8.916 pontos
Futuros de ações nos EUA
- o S&P 500 futuro operava com 0,14% de alta às 10h35 CEST (5h35 no horário de Brasília) para os 4.347 pontos
- os contratos indexados ao índice Dow Jones também subiam, +0,13%, aos 34.300 pontos
- os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq avançavam 0,31%, para 14.699 pontos
A maioria das bolsas asiáticas subiu e a operações em Hong Kong foram interrompidas devido ao tufão Kompasu.
Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:
Petróleo
- em Nova York, os contratos futuros de petróleo cediam 0,11% às 10h35 CEST (5h35 no horário de Brasília), para US$ 80,55 por barril.
Moedas
- o euro era negociado com alta de 0,22% a US$ 1,1557
- o iene caía 0,08%, para US$ 113,51
- a libra esterlina tinha 0,38% de alta, cotada a US$ 1,3639
Ouro
- o ouro futuro subia 0,49%, para US$ 1.768 a onça troy
Cripto
- o bitcoin perdia 0,46%, para US$ 55,111 mil.
-- Com informações da Bloomberg News