Bloomberg — O governo argentino planeja estender um programa de controle de preços a aproximadamente 900 produtos em sua nova tentativa de recuperar terreno antes das eleições de meio de mandato no mês que vem.
Na quarta-feira, o novo secretário de Comércio Interior, Roberto Feletti, disse a líderes empresariais das principais companhias de alimentos em Buenos Aires que o governo quer que as empresas estendam um programa que limita os preços de certos produtos, segundo pessoas com conhecimento da reunião que pediram para não serem identificadas. A Argentina tem um programa de controle que atualmente inclui mais de 700 produtos em supermercados cujos preços podem aumentar marginalmente a cada trimestre.
O governo planeja que os preços sejam congelados para 900 itens retroativos a 1º de outubro, segundo uma fonte.
O controle de preços é uma política constante usada por governos peronistas como uma das várias ferramentas não ortodoxas para tentar frear a inflação, atualmente em cerca de 50% ao ano, o que corrói a renda dos consumidores. A coalizão do presidente da Argentina, Alberto Fernández, busca reconquistar o apoio dos eleitores depois que as eleições primárias realizadas em setembro indicaram que o governo pode perder assentos no Congresso nas eleições de meio de mandato em 14 de novembro.
Feletti falou com cerca de 100 líderes empresariais e associações na quarta-feira, incluindo executivos da Danone, Nestlé, Arcor e Molinos Rio de la Plata, de acordo com um representante do setor de alimentos que compareceu. Não ficou claro quais preços seriam congelados ou quantas empresas aceitariam a medida, segundo duas pessoas presentes.
O pedido chega um dia antes de a agência de estatísticas da Argentina publicar os dados de inflação de setembro.
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