São Paulo — O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje durante entrevista para a Bloomberg TV que a economia brasileira está em franca recuperação graças ao sucesso da campanha de vacinação. Ele afirmou que o país deve crescer 5,5% neste ano. O ministro participou de entrevista ao vivo em Washington, onde acompanha as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial.
Na entrevista, o ministro voltou a afirmar que que os fundamentos econômicos seguem firmes e que a situação fiscal está “inteiramente sob controle”. O problema, afirmou Guedes, são o que chama de “enormes ruídos políticos” que antecipam a disputa eleitoral prevista para 2022 e que dificultam o avanço da agenda de reformas.
“As pessoas que perderam a eleição três anos atrás não aceitaram o resultado. Nós entendemos isso porque o Brasil tem uma democracia muito vibrante. A esquerda foi vencida pelos liberais e pelos conservadores”, disse.
O ministro disse que só deve estender o programa de auxílio emergencial se crescerem os casos de covid resultante da nova variante do coronavírus. “Se tivermos um aumento na doença, faremos o mesmo que antes: nós aumentaremos os gastos com proteção para os mais vulneráveis. Mas não é isso o que está acontecendo, com vacinação em massa e volta segura ao trabalho”, disse.
Guedes afirmou ainda que o Brasil é o quarto país no mundo que mais recebe investimentos estrangeiros e que isso é resultado de mudanças regulatórias recentes. Ele disse que há mais de US$ 100 bilhões em investimentos já acertados para os próximos anos.
O ministro destacou os planos de privatização do governo, citando a venda dos Correios e da Eletrobras. “Estamos vendendo aeroportos, avançando em rodovias e empresas públicas”, disse.
Para o ministro, crescimento não será um problema para o país, mas sim a inflação, assunto que está sendo endereçado pela política monetária do Banco Central. Guedes afirmou que a política monetária está no lugar certo, com o Banco Central aumentando os juros para conter a escalada de preços.
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