Bloomberg — O petróleo ultrapassou US$ 81 o barril em meio à crise global de energia que aumenta a demanda antes do inverno no hemisfério norte.
Os futuros do petróleo WTI (West Texas Intermediate) chegaram a subir 2,7%, para o nível mais alto desde outubro de 2014. E os preços de combustíveis como carvão e gás natural sobem na Europa e na Ásia diante da redução dos estoques antes da temporada de maior demanda por aquecimento, o que leva à procura por derivados de petróleo como diesel e querosene.
A estrutura do mercado de petróleo também sentiu a pressão nos últimos dias, um sinal das crescentes apostas de alta entre operadores. A diferença entre os dois contratos mais próximos do WTI para entrega em dezembro superou US$ 8 o barril na segunda-feira, o maior nível desde 2014.
O barril de referência dos EUA acumula alta de cerca de 30% desde meados de agosto em meio ao agravamento da crise de energia.
A Saudi Aramco estima que a escassez de gás já aumentou a demanda por petróleo em cerca de 500 mil barris por dia, enquanto o Goldman Sachs vê o consumo subindo ainda mais.
A migração da demanda de gás para o óleo também é evidente no aumento dos lucros com a produção de diesel e óleo combustível para refinarias na Europa.
“As margens das refinarias estão subitamente saudáveis novamente”, disse Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities da SEB. “Isso é demanda real por petróleo.”
Ainda assim, há possibilidade de que os sinais de desaceleração do crescimento global - em parte por causa dos maiores preços da energia - aliviem parte da pressão da demanda sobre o petróleo.
O Goldman cortou as previsões para o crescimento da economia dos EUA neste ano e no próximo, devido ao atraso da recuperação dos gastos do consumidor. A crise de energia na China e na Índia também pode levar a um desaquecimento econômico na Ásia.
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