Bloomberg — A Merck e sua parceira Ridgeback Biotherapeutics solicitaram autorização de uso emergencial nos Estados Unidos para o molnupiravir. A pílula está prestes a se tornar o primeiro tratamento antiviral oral para Covid-19.
Um pedido foi submetido à FDA (Food and Drug Administration, reguladora americana) para o uso do molnupiravir para tratar Covid-19 leve a moderada em adultos com risco de desenvolver uma doença grave, que possa exigir hospitalização, informaram as empresas em um comunicado na segunda-feira (11). Espera-se que nos próximos meses, sejam enviadas solicitações de aprovação às autoridades regulatórias em todo o mundo, após a análise provisória dos dados dos ensaios clínicos, que reduziram pela metade o risco de hospitalização para esses pacientes.
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“O impacto devastador desta pandemia exige que avancemos com uma urgência sem precedentes, e é isso que nossas equipes fizeram ao enviar este pedido de aprovação do molnupiravir à FDA, 10 dias após o recebimento dos dados”, disse Robert M. Davis, CEO e presidente da Merck. “Estamos ansiosos para trabalhar com a FDA na revisão de nossa solicitação e com outras agências reguladoras, pois faremos o que estiver ao nosso alcance para levar o molnupiravir a pacientes em todo o mundo o mais rápido possível.”
O molnupiravir pode ser administrado a pacientes em casa, ao contrário do antiviral remdesivir e das terapias com anticorpos monoclonais da Gilead Sciences, que são administrados por infusão intravenosa, geralmente em um hospital ou clínica. Tratar pacientes com Covid-19 em casa evita o risco de transmissão do vírus para a equipe médica e outros pacientes.
Um uso de cinco dias sobre o molnupiravir custará cerca de US$ 700 por paciente - um terço do valor de um tratamento com anticorpo monoclonal, segundo o New York Times. Os antivirais seguros, bem tolerados, acessíveis e fáceis de administrar são tratamentos ideais porque combatem diretamente o vírus, limitando seus danos ao corpo e a duração da doença. Esteróides e anticoagulantes que comprovadamente melhoram a sobrevida em pacientes hospitalizados não combatem o vírus diretamente; em vez disso, evitam o agravamento dos sintomas da Covid.
A Merck reiterou que espera oferecer 10 milhões de kits para o tratamento até o final de 2021, e que a produção de mais doses está programada para 2022. A farmacêutica fechou em junho um acordo de fornecimento de US$ 1,2 bilhão com o governo dos EUA, por meio do qual dará 1,7 milhão de kits para o tratamento, assim que o medicamento obtiver autorização de uso de emergência ou aprovação da FDA.
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