Ações da PagSeguro derretem 11% com nova regra de pré-pago

BC propôs limitar a 0,5% a chamada Tarifa de Intercâmbio (TIC) dos cartões pré-pagos, como já ocorre com os cartões de débito

Nova regra para pré-pagos afeta ganho de credenciadoras no Brasil
11 de Outubro, 2021 | 05:34 PM

São Paulo — As ações da credenciadora PagSeguro caíram mais de 11% nesta segunda (11) na Nasdaq após o Banco Central (BC) colocar em consulta pública uma nova regra que pode limitar as tarifas cobradas em transações com cartões pré-pagos, um dos principais negócios da empresa.

Na sexta-feira (8), o BC propôs limitar a 0,5% a chamada Tarifa de Intercâmbio (TIC) dos cartões pré-pagos, como já ocorre com os cartões de débito. Segundo o BC, a mudança visa harmonizar as regras existentes nos segmentos de crédito pré-pago e débito, consideradas similares para o consumidor.

As ações da PagSeguro chegaram a cair 19% na sexta-feira. Hoje, fecharam a US$ 32,18, com baixa de 11,31% na Nasdaq. Nos últimos cinco dias, os papéis acumulam uma desvalorização de 34,9%.

Relatório do Citi considera a PagSeguro como a credenciadora brasileira mais afetada pela medida, com redução total de receitas da ordem de R$ 220 milhões no ano, além de uma perda anualizada de receita de floating de R$ 160 milhões.

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Na avaliação do BTG Pactual, as tarifas de intercâmbio chegam a 1,2% e devem ser relevantes para a PagSeguro, que não abre o valor das receitas nessa linha de negócio. “Simplesmente assumindo que 60% das receitas do PagBank são taxas de intercâmbio de cartão pré-pago, que cairiam de 120bps a 50 bps, e considerando alguma pressão na flutuação, esperaríamos um impacto da ordem de R$ 300 milhões para o PagBank (relevante dado que estimamos o total de faturamento bancário próximo a R$ 800 milhões neste ano). Um acerto de R$ 300 milhões (antes dos impostos) representaria 17,5% de nossa estimativa de EBT de 2021 e, de certa forma, ajudando a explicar a liquidação na sexta-feira”, escreveu o banco, em relatório.

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Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.