Varejo espera o maior faturamento do Dia da Criança desde 2015

Estimativa é da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), que espera aumento de 7% nos preços

Dia da Criança é a terceira data mais importante para o comércio, em termos de vendas e faturamento, atrás  do Dia das Mães (2º) e do Natal
09 de Outubro, 2021 | 08:46 AM

São Paulo — O último fim de semana antes do Dia da Criança, na próxima terça-feira (12), servirá de termômetro para o desempenho das vendas do comércio varejista no Brasil, após a retomada do horário pleno de funcionamento das lojas. A data, a terceira mais importante para o varejo nacional, depois do Dia das Mães e do Natal, deverá registrar uma movimentação financeira de R$ 7,43 bilhões, segundo estimativa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Confirmada a expectativa, o valor seria o maior desde 2015, quando foram registrados R$ 7,52 bilhões em vendas.

Os consumidores vão sentir o impacto da inflação. Para os itens típicos da comemoração, a expectativa é de aumento de 7% na média dos preços, o que representaria a maior desde 2016, quando a expansão registrada foi de 8,8%, segundo estimativa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Dentre os produtos e serviços mais demandados nessa época do ano, tendem a chamar atenção os reajustes nos preços de bicicletas (+15,9%), doces (+12,3%) e lanches (+10,9%).

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Em 2020, com as restrições que buscavam conter o avanço do novo coronavírus, o setor apresentou um volume de vendas de R$ 6,52 bilhões, o menor desde 2009, quando o valor apurado foi de R$ 6,18 bilhões, e que representou um encolhimento de 11,3% no faturamento real em relação ao ano anterior, segundo a CNC.

A entidade espera que o aumento de 34% na circulação de consumidores desde o fim da segunda onda da crise sanitária, em abril, compense os efeitos da inflação.”Nos momentos mais agudos da crise sanitária, o fluxo diário de consumidores chegou a cair 69% em relação ao nível considerado normal. Hoje, o varejo chega a uma data comemorativa tão importante do seu calendário, com a circulação de consumidores próxima à registrada antes da decretação da pandemia”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em comunicado.

Eletrônicos e brinquedos devem continuar como destaque, correspondendo a 31% do volume projetado (R$ 2,31 bilhões), seguidos pelo ramo de vestuário e calçados (R$ 2,21 bilhões), cujo crescimento real em relação a igual período do ano passado deve ser o menor entre os ramos avaliados, segundo a entidade.

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São Paulo

Já a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, estado mais populoso e rico do país, espera que o aumento das vendas fique em 3% na comparação com igual período do ano passado.

Neste ano, com o fim das restrições no comércio, os lojistas estimam que o maior volume de vendas deve ficar com as lojas físicas. No ano passado, foi o e-commerce que puxou o aumento das vendas.

Já a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), que representa as 400 indústrias desse segmento, projeta um aumento de 14% no faturamento do setor em relação ao mesmo período do ano passado. Os consumidores vão encontrar cerca de 1.100 lançamentos de brinquedos, 200 a mais do que no ano passado.

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No comércio físico, cerca de 70% dos lojistas do estado de São Paulo estimam que os shoppings receberão a maior parte dos consumidores, sendo que o setor de brinquedos deve ser o mais procurado e, na sequência, eletrônicos e vestuário, segundo a FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de São Paulo).

“Neste ano, o Dia da Criança servirá como indicador da retomada do varejo, mostrará o comportamento do consumidor. Com o avanço da vacinação e fim das restrições, esperamos que a retomada para o comércio aconteça, na prática, e colabore com um crescimento para 2022″, afirmou o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.

Emprego

Segundo o presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Synésio Batista da Costa, as fabricantes de brinquedos adotaram regime de três turnos para dar conta da maior demanda por produtos.

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No varejo, houve reforço dos times de vendas. O Grupo Ri Happy, varejista especializado de brinquedos mo Brasil, informou, por exemplo, que abriu 2.400 vagas temporárias parao o período do Dia das Crianças (1º a 14 de outubro), em 81 cidades de todas as regiões do país. Em 2020, a empresa diz ter chamado cerca de 50% das pessoas que trabalharam na semana do Dia das Crianças para o período do Natal, e cerca de 20% deles foram efetivados.

Previsão da Associação Brasileira do Trabalho Temporário confirma que o último trimestre do ano pode trazer alento aos desempregados brasileiros devido às datas sazonais como Dia da Criança, Black Friday e Natal. O presidente da entidade, Marcos de Abreu, estima que a geração de vagas formais por meio do trabalho temporário de outubro a dezembro deve crescer cerca de 20% com relação ao mesmo período de 2020.

A associação aponta que nos meses de outubro, novembro e dezembro devem ser disponibilizadas mais de 565 mil vagas temporárias, diante das 471.300 vagas de 2020. “Trata-se de uma projeção cautelosa devido à insegurança econômica que as empresas ainda enfrentam por causa da pandemia da Covid-19″, afirmou Abreu.

O Brasil tem mais de 14 milhões de pessoas procurando emprego, o que representa 13,7% de sua população economicamente ativa (dado do IBGE de julho, o último disponível).

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.