Primeiro-ministro da Áustria renuncia em meio a escândalo de corrupção

Chanceler disse em pronunciamento que governo local chegou a uma ‘situação de impasse’

Presidente propôs que o ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, assumisse como chanceler
Por Marton Eder
09 de Outubro, 2021 | 03:00 PM

Bloomberg — O primeiro-ministro da Áustria, Sebastian Kurz, renunciou neste sábado (9) frente a acusações de corrupção.

Em uma entrevista na televisão, Kurz pediu ao presidente austríaco que nomeasse um novo chanceler. Ele disse que o governo havia chegado a uma “situação de impasse” com a oposição posicionada contra ele.

PUBLICIDADE

O presidente propôs que o ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, assumisse como chanceler, disse Kurz.

A renúncia marca uma queda rápida do primeiro-ministro, uma estrela em ascensão da política conservadora europeia, que poucos dias atrás parecia ter o apoio de seu gabinete.

Veja mais: Rússia oferece ajuda para crise do gás na Europa, mas faz lobby por gasoduto

PUBLICIDADE

Kurz e outros nove são suspeitos de canalizar fundos federais para um editor de jornal para orquestrar sua rápida ascensão no governo. Os promotores invadiram os escritórios de vários funcionários da chancelaria esta semana. Kurz negou qualquer irregularidade.

O movimento do político visava salvar o governo de seu Partido do Povo enquanto os Verdes, o parceiro júnior da coalizão, negociavam com legisladores da oposição para formar um bloco alternativo no caso de Kurz não renunciar.

“Quero resolver o impasse abrindo espaço para evitar o caos e garantir a estabilidade”, disse ele.

PUBLICIDADE

A Áustria é importante para o clima político europeu geral porque se estende entre o leste e o oeste e tem sido um termômetro do populismo anti-imigração e um espinho no lado de maiores gastos da União Europeia.

Kurz sempre se alinhou com os adeptos da austeridade fiscal nos Países Baixos, dando espaço para nomes como o presidente Viktor Orban na vizinha Hungria para testar os limites da UE.

Leia também

Quem são as empresárias do Turismo na lista dos 500 da Bloomberg Línea