Wall Street pode ter quatro ETFs de futuros de Bitcoin até o fim do mês

Apesar de preocupação com volatilidade no setor de criptoativos, os emissores estão otimistas com a perspectiva de aprovação pela SEC

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Bloomberg — Após anos de espera por um ETF de Bitcoin, a comunidade de criptoativos poderá finalmente obter até quatro produtos em algumas semanas.

Neste mês, a Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos Estados Unidos) mais uma vez tem de aprovar, rejeitar ou postergar diversos registros de fundos negociados em bolsa com base na maior moeda digital. Desta vez, todos seguem um formato que o presidente da SEC, Gary Gensler, indicou que poderia ser recebido favoravelmente pelo órgão regulador.

Eles terão futuros de Bitcoin, em vez do ativo digital em si, e são registrados de acordo com o Investment Company Act de 1940 – que regulamenta fundos de investimento e é a rota que oferece maior proteção ao investidor.

Todos esses acontecimentos alimentam as esperanças no setor de ETFs, de US$ 6,7 trilhões, e, além disso, após anos de atrasos, o maior mercado do mundo pode finalmente estar pronto para se juntar à turma. Nesse meio tempo, dezenas de produtos de criptomoedas negociados em bolsa foram lançados no Canadá e na Europa.

“Estamos bastante otimistas com a aprovação”, disse James Seyffart, analista de ETFs da Bloomberg Intelligence. “Simplesmente não vejo Gensler e a SEC fazendo comentários positivos sobre um ETF de futuros de Bitcoin no final de setembro para, em seguida, rejeitá-lo”.

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Em uma decisão que elevou ainda mais as esperanças entre os defensores das criptomoedas, o órgão regulador pediu a dois emissores que retirassem seus registros de ETFs de futuros de Ethereum durante o terceiro trimestre, mas não fez as mesmas exigências para aplicações semelhantes baseadas em Bitcoin.

Nesta semana, a SEC também aprovou o ETF Volt Crypto Industry Revolution and Tech. O produto gerido ativamente planeja investir a maioria de seus ativos em empresas “com exposição ao Bitcoin e à sua infraestrutura de suporte”, segundo seu prospecto. Este é um de vários esforços para ao menos proporcionar aos investidores acesso indireto a criptomoedas.

Considerando que os emissores de ETF pleiteiam incansavelmente produtos de Bitcoin há mais de oito anos, é um tanto dissimulado da parte da SEC incentivar mais registros neste momento apenas para desaprová-los”, disse Nate Geraci, presidente da firma de consultoria The ETF Store. “Aprovar ETFs de Bitcoin baseados em futuros parece uma maneira fácil para a SEC e o presidente Gensler serem vistos positivamente por parecerem inovadores com as criptomoedas”.

Contanto que a SEC não discrimine os diferentes registros e siga o processo normal, um produto da ProShares pode ser o primeiro a obter a aprovação do órgão regulador pois a empresa foi a primeira a fazer o registro adequado, disse Seyffart, da Bloomberg Intelligence.

A Valkyrie Investments, uma emissora iniciante, também tem boas chances, disse. Seu registro ocorreu uma semana antes da ProShares, mas o ETF proposto deteria apenas futuros de Bitcoin. Em contraste, a aplicação da ProShares inclui cláusulas que concederiam a seu fundo a capacidade de manter instrumentos relacionados ao Bitcoin.

No início do mês, havia nove aplicações de futuros de Bitcoin na fila para aprovação, segundo contagem da Bloomberg Intelligence, embora duas tenham sido registradas nos termos da lei de regulamentação 1933, que permite que as bolsas de valores listem produtos. Um outro produto, registrado nos termos da lei 1940, que propõe manter uma combinação de ações de criptomoedas e futuros de Bitcoin.

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Cameron e Tyler Winklevoss, gêmeos fundadores da Gemini Trust, fizeram o primeiro registro de ETF de Bitcoin em 2013. Os emissores há muito não obtêm aprovação em meio a preocupações de que o setor de criptomoedas é muito volátil e vulnerável à manipulação.

Mas nem todos estão confiantes de que a aprovação está próxima.

“As chances de aprovação no próximo mês são melhores que 50%, mas eu não ficaria surpreso se a SEC adiasse um pouco mais essa decisão, juntamente com o ETF de Bitcoin físico”, disse Dave Nadig, CIO da provedora de dados ETF Trends. “É claro que precisamos de um plano regulatório real, mas ainda não temos uma indicação de que isso acontecerá em breve”.

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