Lula: Governo deve controlar preço do combustível e não a Petrobras

Aumento da gasolina em comparação à mesma época em 2020 chegou a 40%; ex-presidente critica apoio de Bolsonaro a decisões da estatal

Lula afirmou em coletiva na sexta-feira (8) que ainda não decidiu sobre candidatura
Por Simone Preissler Iglesias - Marisa Wanzeller
08 de Outubro, 2021 | 04:37 PM

Bloomberg — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de opinião para as eleições presidenciais do próximo ano, defendeu a intervenção do governo na política de preços da Petrobras.

A gestão da Petrobras é atualmente mais importante do que a do presidente da república”, disse a jornalistas em Brasília, criticando o presidente Jair Bolsonaro por permitir que a empresa aumente seus preços. “Os preços do combustível e do gás de cozinha subiram desnecessariamente porque o Brasil é autossuficiente em petróleo”.

O combustível se tornou mais caro em todo o mundo este ano, à medida que as economias vão reabrindo após a pandemia. No Brasil, a gasolina está cerca de 40% mais cara do que há um ano, somada à inflação que ultrapassa os 10% e prejudica a popularidade de Bolsonaro.

No entanto, o presidente tem apoiado amplamente as políticas de preços adotadas pela Petrobras, listada na bolsa. A Petrobras aumentou os preços da gasolina e do gás de cozinha na sexta-feira (8), dizendo que a mudança era necessária para evitar interrupções no fornecimento. O presidente do banco central, Roberto Campos Neto, disse que a decisão da empresa contribuirá para as já altas expectativas de inflação.

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Lula, que se reúne com partidos de esquerda e centro desde que sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal no início deste ano, disse que só decidirá sua candidatura no ano que vem, após novas negociações. Contudo, há poucas dúvidas quanto à sua candidatura.

Só Deus e meu partido podem me impedir de ser candidato”, disse durante coletiva de uma hora e meia.

--Com auxílio de Maria Eloisa Capurro.

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