EUA: Mercado de trabalho decepciona, mas desemprego cai para 4,8% em setembro

Dado sinaliza recuperação ainda fraca no emprego e complica cenário para o início da retirada dos estímulos monetários pelo Federal Reserve

Mercado de trabalho segue fraco no pais
Por Olivia Rockeman e Reade Pickert
08 de Outubro, 2021 | 09:55 AM

Os EUA criaram menos empregos que o previsto pelo segundo mês seguido em setembro, sinalizando fraqueza na recuperação do mercado de trabalho e complicando uma possível decisão do Federal Reserve de começar a reduzir o suporte monetário antes do final do ano.

O país criou 194 mil vagas no segmento não-agrícola no mês passado após um ganho de 366 mil em agosto, segundo relatório do Departamento do Trabalho dos EUA publicado na sexta-feira (8). A taxa de desemprego caiu para 4,8%, refletindo parcialmente o fato de que há menos pessoas procurando emprego. Enquanto isso, o salário médio por hora aumentou.

A estimativa média de uma pesquisa de Bloomberg com economistas era de um aumento de 500 mil empregos em setembro. Os futuros de ações dos EUA apagaram os ganhos e os títulos do Tesouro flutuaram após divulgação dos números.

Meses consecutivos de crescimento lento de empregos indicam um cabo de guerra entre empregadores – sedentos por trabalhadores para atender à demanda – e candidatos que demoraram para retornar ao mercado de trabalho. No entanto, a reabertura de escolas e o fim da expansão do seguro-desemprego federal devem levar a um aumento nas contratações nos próximos meses, quando as empresas aumentarão os salários.

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Fatores determinantes

Em setembro, houve diminuição de 144 mil empregos na área de educação. O Departamento de Trabalho dos EUA afirmou que as contratações no mês passado foram menores que o normal, o que resultou na redução dos números após os ajustes sazonais. As folhas de pagamentos de restaurantes e bares aumentaram ligeiramente.

Os números de empregos correm o risco de não atender aos critérios de “progresso adicional substancial’ do Fed para a melhoria do mercado de trabalho, indicando que o banco central pode atrasar seu plano de começar a reduzir as compras de ativos até o final do ano.

O presidente do Fed Jerome Powell disse, após a reunião de política do mês passado, que, para tanto, seria necessário “um relatório de emprego razoavelmente positivo” para setembro.

A obrigatoriedade da vacina por parte de empregadores e governadores em estados como Califórnia e Nova York nas últimas semanas também podem estar contribuindo para a rotatividade no mercado de trabalho e aumentando os desafios para contratação. O relatório também mostrou que houve uma queda de 37,6 mil empregos nas áreas de enfermagem e assistência.

Embora os temores quanto à variante delta provavelmente afetaram nas contratações em agosto e setembro, os casos estão caindo ou prestes a começar a cair na maioria dos estados, o que pode fazer com que mais norte-americanos voltem à força de trabalho nos próximos meses.

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