São Paulo — Os preços globais dos alimentos alcançaram no mês passado o patamar mais elevado desde setembro de 2011. Em 12 meses, o índice de preços medido pela Food and Agriculture Organization (FAO) das Nações Unidas já acumula uma valorização de 33% e chegou ao terceiro mês consecutivo de alta. Os 129,3 pontos alcançados em setembro representam um avanço de 1,2% em comparação a agosto.
A valorização dos lácteos, cereais e óleos vegetais foi o que mais pesou sobre o índice geral. No caso dos cereais, houve uma valorização mensal de 2%. Os preços do trigo foram os que mais aumentaram em setembro, quase 4% na variação mensal e 41% no ano. A menor disponibilidade para exportação e o aumento da demanda continuou pressionando os preços internacionais do trigo.
Já as cotações do arroz subiram em setembro depois de atingirem em agosto mínimas históricas, sustentadas por uma leve melhora nas atividades comerciais. Os preços internacionais da cevada também aumentaram em setembro, em 2,6% impulsionados pela forte demanda, perspectivas de queda na produção da Rússia e ganhos em outros mercados. Em contraste, os preços mundiais do milho permaneceram estáveis, mas ainda estão 38% acima dos níveis de setembro do ano passado.
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Os preços dos óleos vegetais subiram mais 1,6% em setembro e acumulam alta anual de 61,2%. No mês passado, os ganhos registrados no óleo de palma e canola foram parcialmente compensados pela queda no óleo de soja. No caso do óleo de palma, os valores no mercado internacional atingiram os patamares mais elevados em dez anos, sustentados por uma demanda global aquecida e uma expectativa de produção menor na Malásia.
As cotações das proteínas animais e do açúcar subiram de forma menos acentuada, 0,1% e 0,5%, respectivamente. A menor demanda da China por carne suína e o aumento da oferta de carne de frango, impediram uma alta mais intensa do índice geral de proteínas. Contudo, os preços da carne ovina e bovina seguem em trajetória ascendente. No caso do açúcar, a preocupação com a disponibilidade no Brasil ainda preocupa e a desaceleração da demanda global e perspectivas de boas produções na Tailândia e Índia limitaram a alta em setembro.
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