A indústria de carvão ainda está recebendo financiamento suficiente para permitir investimentos significativos no combustível fóssil mais poluente do mundo, segundo relatório do grupo climático alemão Urgewald.
Quase metade das 1.030 empresas pesquisadas no estudo planeja desenvolver novas usinas ou minas de carvão ou nova infraestrutura de transporte da commodity. Menos de 5% das empresas na Global Coal Exit List (GCEL) anunciaram uma data de saída das operações de carvão, de acordo com o relatório.
“Enquanto investidores, bancos e seguradoras ... continuarem a apoiar empresas listadas na GCEL, será impossível eliminar o carvão a tempo”, disse Heffa Schuecking, diretora da Urgewald. “Acabar com o apoio a todos os desenvolvedores de carvão deve se tornar prioridade imediata para instituições financeiras no mundo todo.”
O estudo mostra que grande parte da retórica dedicada a abordar a mudança climática não se reflete nos números. Enquanto isso, os preços do carvão disparam em meio à crise global de energia que ameaça minar o compromisso de reduzir as emissões de CO2. A China ordenou este mês que os bancos do país aumentem o financiamento para empresas de carvão e energia em um esforço para aliviar a crise antes do inverno.
A lista inclui os maiores operadores de usinas de carvão, definidos como empresas que obtêm mais de 20% de sua energia ou receita a partir do carvão e companhias que planejam expandir a mineração, energia ou infraestrutura de carvão.
O estudo do Urgewald chega menos de um mês antes de líderes mundiais se reunirem em Glasgow, Escócia, para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. As conversas devem ser pautadas pela última avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, segundo a qual o planeta está superaquecendo em ritmo mais alarmante do que se temia e que reduzir as emissões de gases de efeito estufa é a única maneira de evitar uma catástrofe climática.
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