São Paulo — Pela segunda vez na semana, a Vale foi obrigada, por razões distintas, a paralisar a produção em duas minas no Pará, região norte do Brasil. Primeiro foi a mina de Onça Puma, que responde por 7,5% da produção total de níquel da mineradora, em Ourilândia do Norte. Depois foi a vez da mina de Salobo, que produz cobre em Marabá.
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A mineradora ainda não tem uma previsão exata para a retomada da produção de concentrado de cobre na mina de Salobo, após um incêndio registrado na noite do último domingo (3). A companhia tinha divulgado, ontem, que um incêndio atingiu parcialmente a correia transportadora na mina, sendo debelado pelas equipes de emergência sem vítimas e sem danos ambientais.
O comunicado confirmava que a produção do concentrado de cobre estava suspensa, com avaliações preliminares para a retomada até o final de outubro, sem especificar o dia. “As demais atividades, incluindo operações de mina e manutenção, prosseguem normalmente. Em 2020, Salobo produziu 172,7 toneladas de concentrado de cobre”, diz a nota.
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Em relatório do Bradesco BBI, o analista Thiago Lofiego escreve que não espera um impacto relevante nos resultados da companhia, “se a empresa for realmente capaz de retomar a produção em Salobo até o final de outubro”. Ele lembra que o cobre representou apenas 6% do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da mineradora no ano passado.
Na última segunda-feira (4), a mineradora já havia informado que estavam suspensas as atividades na mina de Onça Puma, após ter sido notificada da suspensão da licença de operação pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) com base em alegado descumprimento de condicionantes da licença.
“Os impactos diretos estimados com a paralisação da mina de Onça Puma ainda estão sendo avaliados, aos quais se somarão também os prováveis prejuízos daqueles que formam toda a cadeia produtiva na qual se insere tal atividade, tais como fornecedores de insumos, prestadores de serviço, clientes e colaboradores, além da União, do Estado do Pará e dos municípios abrangidos pelo empreendimento”, informou a companhia.
No fim do mês passado, a Vale resgatou 39 funcionários que ficaram presos no subsolo de uma mina em Sudbury, no Canadá, após uma pá escavadeira que estava sendo transportada no acesso à mina ter se desprendido.
Na B3, a ação da Vale tem, nas últimas semanas, se distanciado de sua cotação máxima de 12 meses (R$ 106,99), acumulando queda de 13,80% em 30 dias. A mínima do papel nesse período está em R$ 73,50. Ontem, VALE3 fechou a R$ 74,95. A correção negativa se deve à queda do preço do minério de ferro e ao cerco do governo chinês às operações altamente poluentes das siderúrgicas, clientes de mineradoras como a Vale.