Bloomberg — O Brasil vai buscar mais apoio para proteger a Floresta Amazônica durante a próxima cúpula do clima na Escócia, com a oferta de promessas mais ambiciosas para a redução das emissões de carbono, disse o ministro de Relações Exteriores, Carlos França.
Em entrevista em Paris na quarta-feira, França disse que o Brasil tem “disciplina fiscal e um teto de gastos” para as contas públicas, e isso remete a outra questão: “Como o mundo pode ajudar o Brasil?”, perguntou, acrescentando que a cooperação com outros países pode ser melhorada.
A Amazônia contém uma em cada dez espécies conhecidas do planeta e funciona como sumidouro de cerca de 90 bilhões a 140 bilhões de toneladas de carbono, de acordo com o World Wildlife Fund. Em meio ao aumento dos incêndios e desmatamento ilegal, o governo do presidente Jair Bolsonaro está sob pressão para controlar a destruição.
França disse que é possível proteger a Amazônia e, ao mesmo tempo, manter o status de potência agrícola e que o país planeja ser “mais ambicioso”. O governo quer reduzir o desmatamento ilegal até 2030 e buscar a neutralidade de carbono até 2050, uma década antes do planejado, disse.
“Se pudermos conseguir ajuda do exterior, de empresas privadas, claro que poderíamos ir mais rápido e cumprir essas metas mais rápido do que esperávamos em vez de apenas contarmos com recursos do orçamento que são obviamente escassos”, disse o ministro. Ele citou o “Programa de Crescimento Verde”, que terá como objetivo promover investimentos favoráveis ao meio ambiente.
Os comentários do ministro podem ser recebidos com ceticismo devido ao histórico de Bolsonaro, que tem defendido a abertura da Amazônia à mineração e agricultura, questionou a mudança climática e entrou em confronto com o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre questões climáticas.
Cerca de 200 participantes se reunirão em Glasgow de 31 de outubro a 12 de novembro para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, conhecida como COP26. A meta é que os países cheguem a um consenso sobre como podem trabalhar juntos para reduzir as emissões e promover a adaptação ao clima, com objetivo de reduzir custos e acelerar o progresso.
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