Barcelona, Espanha — Ante as incertezas sobre o crescimento econômico global e o risco de que a crise energética sustente a inflação em patamares elevados, os investidores se desfazem de suas posições acionárias para embolsar os ganhos de ontem. Tanto as bolsas europeias como os futuros de índice em Nova York operam no vermelho.
As análises do dia estarão menos baseadas em dados macroeconômicos e mais dirigidas aos ajustes de preços e fatores conjunturais. O indicador mais esperado vem na sexta-feira: os dados oficiais sobre desemprego e criação de vagas nos Estados Unidos.
Na ordem do dia está a crise energética em vários pontos do globo.
- A crise se agrava na Europa, com os preços da eletricidade e do gás batendo recordes diários. A indústria sofre com o fechamento temporário de grandes consumidoras de energia, que se veem obrigadas a interromper sua produção pelos altos custos. Com a chegada no inverno no hemisfério Norte e a necessidade de aquecer os lares, a pressão sobre os preços se intensificará.
- Somente ontem, os preços do gás natural na Europa subiram 20% e mais do que quintuplicaram (500%) desde o início do ano. Segundo analistas do Deutsche Bank, a importância destes movimentos na inflação, no crescimento e nas contas externas não deve ser subestimada. “Para colocar as coisas no contexto, considerando o uso relativo de energia na Europa, por exemplo, o aumento do preço do gás natural visto este ano seria equivalente a transações com petróleo em torno dos US$ 200 por barril agora”, explicam os analistas, em relatório.
- França, Espanha e três outros países europeus pediram ao bloco que tome medidas urgentes para amortecer o golpe da disparada dos preços do gás - e investigue sua causa
- O aumento de preços está se tornando global, com os preços se acelerando tanto nos EUA como na Ásia.
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Outro tema em voga diz respeito à atuação dos bancos centrais neste momento de dúvidas macroeconômicas. O Banco Central da Nova Zelândia subiu sua taxa de juros para 0,5%, a maior em sete anos. Embora o movimento já fosse esperado pelo mercado, sinaliza o que pode se configurar uma tendência, dados os sinais de pressão inflacionária.
Também no radar dos mercados:
- Decisão de política monetária do banco central da Índia na sexta-feira
- O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos publica na sexta-feira os dados sobre desemprego e criação de vagas.
As bolsas na Europa se comportavam assim na manhã de hoje:
- o Stoxx 600 Europe Index operava com 1,76% de baixa, aos 448 pontos às 11h20 CEST (6h20 no horário de Brasília)
- o alemão DAX caía 2,14%, para 14.869 pontos
- em Paris, o CAC 40 recuava 1,89%, para 6.452 pontos
- o londrino FTSE 100 declinava 1,42%, aos 6.976 pontos
- o IBEX 35 tinha desvalorização de 1,60%, aos 8.784 pontos
Futuros de ações nos EUA
- o S&P 500 futuro caía 1,11% às 11h20 CEST (6h20 no horário de Brasília) para os 4.286 pontos
- os contratos indexados ao índice Dow Jones perdiam 0,92%, aos 33.865 pontos
- os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq declinavam 1,31%, para 14.462 pontos
Como fechou Wall Street ontem
A força do setor financeiro diante do maior rendimento dos títulos de renda fixa, além dos caçadores de pechinchas, que compraram ações de tecnologia de ponta, impulsionaram os mercados acionários globais ontem.
O S&P 500 terminou com 1,05% de alta, aos 4.345 pontos. O Dow Jones Industrial avançou 0,92%, somando 34.314 pontos. Já o Nasdaq valorizou-se 1,25%, totalizando 14.433 pontos.
Mercados asiáticos
As bolsas da China continental estão fechadas devido à festividade da Semana Dourada e reabrem amanhã. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou com 0,57% de baixa, aos 23.966 pontos. No Japão, Nikkei 225 caiu 1,05%, situando-se aos 27.528 pontos.
Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:
Petróleo
- em Nova York, os contratos futuros de petróleo perdiam 0,42% às 11h20 CEST (6h20 no horário de Brasília), para US$ 78,59 por barril.
Moedas
- o euro era negociado com queda de 0,42% a US$ 1,1550
- o iene subia 0,07%, para US$ 111,54
- a libra esterlina tinha 0,58% de baixa, cotada a US$ 1,3548
Ouro
- o ouro futuro caía 0,76%, para US$ 1.747 a onça troy
Cripto
- o bitcoin cedia 1,53%, para US$ 50,590 mil.
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-- Com informações da Bloomberg News