Barcelona, Espanha — Depois do golpe de ontem no mercado acionário, com destaque para as ações do setor tecnológico, as bolsas na Europa parecem querer recuperar parte de seu valor, movimento que também é percebido nos negócios com futuros de ações em Nova York.
Ontem, o pessimismo tomou conta dos mercados globais e as falhas no funcionamento do Facebook, WhatsApp e Instagram em todo o globo acentuaram a desconfiança dos investidores com relação aos ativos de tecnologia. Ao mesmo tempo, nos mercados de renda fixa os rendimentos dos títulos soberanos subiram modestamente em ambos os lados do Atlântico, enunciando a aversão ao risco dos investidores.
Contudo, ainda que os primeiros negócios com ações mostrem alguma recuperação, há muitos fatores com que se preocupar:
- Uma crise energética que tem provocado alta dos preços de energia em vários cantos do mundo
- Problemas na cadeia de abastecimento de matérias-primas
- Inflação mais alta
- Sinais de crescimento mais fraco e conversas reiteradas sobre a possibilidade de uma estagflação
- As indefinições que ainda persistem sobre a dívida dos Estados Unidos
- A crise de dívida da gigante imobiliária chinesa Evergrande
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Também aparecem no rol de preocupações os elevados preços do petróleo. Ontem, o preço do barril de Brent saltou acima dos US$ 80, um nível não visto desde 2018, depois que a OPEP+ confirmou que se manteria fiel à sua atual política de produção. O mercado esperava que fosse anunciado um aumento de produção além dos 400 mil barris diários já previstos.
Na pauta: dados finais dos PMIs de setembro para as principais economias avançadas e emergentes. Também saem os preços industriais da zona do euro, a produção industrial francesa de agosto e a balança comercial nos Estados Unidos.
Estes são outros focos de atenção dos mercados:
- Decisão sobre taxas de juros na Nova Zelândia na quarta-feira
- Decisão de política monetária do banco central da Índia na sexta-feira
- O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos publica na sexta-feira os dados sobre desemprego e criação de vagas.
As bolsas na Europa se comportavam assim na manhã de hoje:
- o Stoxx 600 Europe Index operava com 0,60% de alta, aos 453 pontos às 11h25 CEST (6h25 no horário de Brasília)
- o alemão DAX subia 0,37%, para 15.093 pontos
- em Paris, o CAC 40 ganhava 0,66%, para 6.520 pontos
- o londrino FTSE 100 valorizava-se 0,56%, aos 7.050 pontos
- o IBEX 35 tinha valorização de 0,50%, aos 8.836 pontos
Futuros de ações nos EUA
As ações tecnológicas recuperavam parte das perdas no pré-mercado, inclusive as do Facebook. Ontem, as ações da empresa caíram 15% em relação ao seu recorde de alta no dia 7 de setembro. Uma ex-funcionária acusou a empresa de priorizar os lucros em detrimento da segurança dos usuários. Ela entregou milhares de documentos condenatórios aos legisladores americanos e ao Wall Street Journal, que escreveu artigos no mês passado sobre o efeito psicológico negativo do Instagram sobre os adolescentes, entre outros temas.
- o S&P 500 futuro subia 0,36% às 11h25 CEST (6h25 no horário de Brasília) para os 4.306 pontos
- os contratos indexados ao índice Dow Jones ganhavam 0,34%, somando 33.985 pontos
- os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq valorizavam-se 0,51%, para 14.536 pontos
Como fechou Wall Street ontem
O S&P 500 terminou com 1,30% de queda, aos 4.300 pontos, representando a terceira vez nas últimas cinco sessões em que o índice recua mais de 1%. O Dow Jones Industrial perdeu 0,94%, somando 34.002 pontos. Já o Nasdaq desvalorizou-se 2,14%, caindo para os 14.255 pontos.
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Mercados asiáticos
As bolsas da China continental estão fechadas até quinta-feira devido à festividade da Semana Dourada. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou com 0,28% de alta, aos 24.104 pontos. No Japão, Nikkei 225 caiu 2,19%, situando-se aos 27.822 pontos.
Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:
Petróleo
- em Nova York, os contratos futuros de petróleo seguiam em alta, com +0,31% às 11h25 CEST (6h25 no horário de Brasília), para US$ 77,86 por barril.
Moedas
- o euro era negociado com queda de 0,18% a US$ 1,1599
- o iene subia 0,20%, para US$ 111,15
- a libra esterlina tinha 0,08% de alta, cotada a US$ 1,3619
Ouro
- o ouro futuro caía 0,54%, para US$ 1.758 a onça troy
Cripto
Ontem, o Bitcoin se dirigiu ao patamar de US$ 50 mil pela primeira vez desde o lançamento em El Salvador, que no início de setembro conferiu à criptomoeda o status de divisa em curso legal.
- o bitcoin ganhava 1,80%, para US$ 47,676 mil.
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-- Com informações da Bloomberg News