Jovem comete ‘grave erro’ ao preferir home office, diz gestor

Ken Griffin, que dirige o negócio de fundos de hedge da Citadel, acredita que trabalhar fora do escritório atrapalha a inovação e pode prejudicar a competitividade do país

Ken Griffin, da Citadel, diz que está “gravemente preocupado” com as consequências econômicas de trabalhar em casa
Por Alan Mirabella e Hema Parmar
05 de Outubro, 2021 | 05:09 PM

Bloomberg — Funcionários que estão começando no mercado de trabalho agora arriscam seu avanço na carreira ao continuarem em home-office, segundo o gerente de fundos de hedge Ken Griffin.

“Se você está no início de sua carreira, está cometendo um grave erro por não voltar ao escritório”, disse Griffin na segunda-feira em uma conversa com Erik Schatzker, da Bloomberg, no Economic Club de Chicago. “É incrivelmente difícil ter as experiências gerenciais e interpessoais que você precisa ter para levar sua carreira adiante em um ambiente de trabalho remoto.”

Griffin, que dirige o negócio de fundos de hedge da Citadel e a Citadel Securities, também disse que trabalhar fora do escritório atrapalha a inovação e indicou que isso pode prejudicar a competitividade do país. Os trabalhadores na China retornaram às suas mesas “literalmente quase no início” da pandemia, disse.

“Portanto, para os membros mais jovens de nossa força de trabalho, estou seriamente preocupado de que a perda de oportunidades de desenvolvimento no início da carreira vai nos custar muito nas próximas décadas”, disse ele.

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Citadel foi um dos primeiros fundos de hedge a permitir que funcionários retornassem ao escritório de forma voluntária -- alguns voltaram já em junho de 2020. Também está entre as poucas empresas que não estão exigindo que os funcionários sejam vacinados. Mesmo assim, quase todos já estão imunizados e trabalham no escritório cinco dias por semana.

De acordo com Griffin, muitos trabalhadores de empresas nos EUA não voltaram aos escritórios porque seus chefes têm medo de dizer a eles para retornarem.

“Se você conversar com outros CEOs, eles vivem com medo de perseguição pública pela mensagem direta de que é hora de voltar ao trabalho”, disse ele.

Griffin disse que a mensagem precisa vir de cima e pediu ao presidente Biden que a abordasse.

“Precisamos disso para nossos funcionários públicos, precisamos para nossos líderes corporativos”, afirmou ele. “Nós, como país, é hora de retornar.”

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