Bloomberg Línea — A Eve, empresa de mobilidade aérea da Embraer, recebeu pedido de 100 “carros voadores” (eVTOL, sigla técnica para aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical) para entregar a partir de 2026, anunciou, nesta segunda-feira (4), a fabricante de jatos. A encomenda faz parte de uma parceria fechada com a Avantto, que atua no ramo de compartilhamento de aeronaves no Brasil.
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A carta de intenções assinada entre a Eve e a Embraer prevê ainda colaboração para desenvolver uma nova operação do veículo aéreo no Brasil e em toda a América Latina. O trabalho conjunto, segundo comunicado da Embraer, visa desenvolver novos serviços e procedimentos para criar um ambiente seguro e escalável para expandir as operações de eVTOL no continente, especificando que esses esforços vão focar nos aspectos críticos da experiência do passageiro, como criar uma forma para maximizar a acessibilidade e a inclusão nas operações de embarque de “carros voadores”.
“A Avantto já é uma grande parceira da Embraer Aviação Executiva e estamos reforçando esse vínculo com um foco na sustentabilidade dessa próxima geração de transporte”, disse André Stein, CEO da Eve, acrescentando que as duas empresas vão trabalhar para “democratizar a aviação por meio do aumento da viabilidade e da acessibilidade”.
Rogério Andrade, CEO e fundador da Avantto, lembrou, por sua vez, que há mais de uma década, a Avantto desenvolve softwares, sistemas e procedimentos que permitem oferecer serviços de transporte de helicóptero em áreas urbanas e de curta distância sob medida. “Esse conhecimento exclusivo será um dos principais pilares do ecossistema de mobilidade aérea urbana desenvolvido pela parceria Eve/Avantto”, afirmou.
Não é a primeira parceria fechada pela Eve para desenvolver modelo de operação de mobilidade aérea urbana. Em setembro, a startup da Embraer fechou contrato semelhante com a americana Bristow, que encomendou 100 “carros voadores” também com entregas previstas para começar em 2026, mesma data da Avantto.
Esses anúncios da Eve serviram para recuperar as ações da Embraer, que cravaram mínimas históricas no ano passado com o início da pandemia da Covid-19, que castigou o setor aéreo com o fechamento das fronteiras, cancelamentos de voos e frota ociosa. EMBR3 chegou a valer R$ 5,77. Na sexta-feira passada (1), fechou a R$ 24,27, acumulando valorização de 273,95% em 12 meses.
A recuperação dos papéis acelerou em agosto, após a Eve fechar acordo com uma companhia de Singapura, a Ascent Flights Global, para desenvolver um ecossistema de mobiliária aérea urbana na região da Ásia-Pacífico. Esse mercado, principalmente a China, tem relevante potencial de crescimento para a aviação comercial, segundo as últimas previsões divulgadas pela Embraer.
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