Bloomberg — O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e líderes democratas voltam a unir forças nesta semana para salvar dois pilares da agenda econômica do governo, depois que um impasse entre duas alas do partido impediu a aprovação de um projeto de infraestrutura e ameaça se arrastar por semanas.
A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, ajustou o relógio no sábado e deu prazo até o Halloween, em 31 de outubro, para que os parlamentares cheguem a um acordo tanto sobre o projeto de infraestrutura bipartidário de US$ 550 bilhões quanto sobre um pacote mais amplo de gastos sociais, saúde e medidas fiscais que precisam aprovar apenas com votos democratas.
O fim de semana ofereceu sinais contraditórios, como o adiamento anunciado por Pelosi e uma forte crítica aos democratas da Câmara por parte da senadora da ala moderada Kyrsten Sinema, que é contra o projeto de lei mais amplo. Mas também houve sinais de avanço: alguns membros do Congresso sugeriram que o chamado pacote de reconciliação poderia ser autorizado por um tempo limitado para reduzir o preço.
Com as questões sobre o destino da agenda de Biden em foco, os EUA caminham em direção a um default se o limite da dívida não for aumentado ou suspenso até meados de outubro.
Biden viaja para Michigan na terça-feira para defender a aprovação de seus dois pacotes, acenando para um polo da manufatura dos EUA e um símbolo da ascensão e declínio da classe média americana. Biden planeja visitar o distrito de Elissa Slotkin, uma deputada-chave entre os moderados da Câmara.
O Congresso ganhou tempo aprovando um acordo para evitar a paralisação do governo até pelo menos dezembro.
A pressão da semana passada para negociar um acordo não será vista nesta semana com o mesmo fervor. Em vez disso, Biden continuará pressionando pela aprovação de ambos os projetos e repetirá em seu discurso em Michigan muitos dos temas que levantou ao falar aos democratas na Câmara na sexta-feira.
Democratas moderados dizem que votarão a favor do pacote de infraestrutura como um projeto independente, mas progressistas insistem que este deve ser combinado com um ambicioso plano de gastos sociais - incluindo creche, faculdade comunitária gratuita, licença familiar paga, uma expansão do Medicaid e amplos dispositivos sobre a mudança climática.
Esse projeto precisaria passar pelo processo de reconciliação orçamentária para ser aprovado no Senado por maioria simples de votos, permitindo à vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, desempatar se todos os 50 senadores democratas votarem a favor.
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