Bloomberg — A Google, do conglomerado Alphabet, decidiu engavetar os planos de adicionar contas bancárias ao seu aplicativo de pagamento, tornando-se o mais recente gigante da tecnologia a redimensionar suas ambições no campo dos serviços financeiros.
Durante anos, a Google dizia estar trabalhando no sentido de adicionar contas bancárias de parceiros como Citigroup e Bank of Montreal à nova versão de seu aplicativo. A ideia era que os usuários do Google Pay pudessem usar o aplicativo para solicitar abertura de contas correntes e de poupança, denominadas Plex, em 11 bancos.
“O trabalho com nossos parceiros deixou bem claro que há demanda por parte do consumidor para fazer pagamentos digitais simples, seguros e integrados, tanto para transações on-line como em lojas físicas”, disse um porta-voz da Google em um comunicado. “Estamos atualizando nossa abordagem para nos concentrar principalmente em oferecer capacitação digital para bancos e outros provedores de serviços financeiros, em vez de sermos nós os provedores desses serviços”.
A Google se empenhou muito - e encontrou muitos desafios - para se tornar a principal plataforma de comércio, uma meta que também se mostrou difícil de alcançar para rivais como o Facebook. As contas Plex foram apenas parte de uma ampla reformulação do aplicativo Google Pay, que também permitiu aos usuários vincular suas contas bancárias e cartões de crédito existentes e procurar descontos ao sair para fazer compras ou jantar. Desde sua estreia em 2015, o Google Pay - originalmente chamado de Android Pay - acumulou 150 milhões de usuários em 30 países.
O Wall Street Journal já havia relatado que a Google tinha descartado seu plano para a integração de contas bancárias.
O trabalho de atualização do aplicativo Google Pay - com o qual os consumidores contam principalmente para enviar dinheiro a amigos ou para fazer compras online - começou com Caesar Sengupta. Ele foi vice-presidente da divisão de pagamentos e supervisionou a iniciativa Next Billion Users da Google, até sua saída em março. Sengupta foi substituído por Bill Ready, um ex-executivo da PayPal Holdings, em abril.
Quando Ready assumiu as rédeas, o projeto das contas Plex estava atrasado, segundo uma fonte a par dessa questão. Em vez de dar continuidade, Ready decidiu abandonar o projeto.
A decisão é uma perda para o Citigroup, que vinha divulgando o acordo com a Google como uma evidência de sua capacidade de formar parcerias digitais com gigantes da tecnologia em seu país - semelhantes às que tem com empresas como Paytm, da Índia, ou Grab, de Cingapura. A empresa prometeu usar a tecnologia que desenvolveu para a parceria com a Google em acordos com outras empresas.
“Respeitamos a decisão da Google de mudar sua estratégia para a Plex e esperamos encontrar outras oportunidades de trabalhar juntos, inclusive como parte de seu ecossistema de pagamentos”, declarou o Citigroup em um comunicado. “Também usaremos o que aprendemos com esse projeto e o trabalho que fizemos para desenvolver recursos aprimorados para acelerar os esforços proprietários do Citi para desenvolver ainda mais nosso trabalho com ecossistemas de parceiros.”
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