Novo museu mostra como escravidão moldou segmentos da economia dos EUA

Objetivo é retratar as realidades violentas da escravidão e do racismo e como isso se conecta à formação econômica do país

“A visão para este espaço era realmente ter um olhar muito mais amplo e expansivo de quem somos neste país”
Por Jordyn Holman
01 de Outubro, 2021 | 03:48 PM

Bloomberg — Museus ajudam a consolidar narrativas históricas. O novo Museu do Legado, inaugurado nesta sexta-feira (1), oferece uma narrativa menos contada sobre os Estados Unidos e a escravidão, que envolve todo o país e a economia.

O Museu do Legado, localizado em Montgomery, Alabama, é a mais recente manifestação do trabalho de décadas do advogado de direitos civis Bryan Stevenson para que os Estados Unidos confrontem as duras verdades de seu passado. Hás três décadas, Stevenson fundou a Equal Justice Initiative (EJI), uma ONG que trabalha para acabar com o encarceramento em massa. Ao longo dos anos, tem vencido vários processos na Suprema Corte dos EUA.

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Em 2018, EJI e Stevenson abriram o Memorial Nacional pela Paz e Justiça em Montgomery, em homenagem aos mais de 4.400 afro-americanos linchados nos EUA. Também inaugurou o Museu do Legado original, com foco na opressão racial, vinculando a escravidão dos negros ao seu encarceramento em massa hoje.

A mais recente manifestação do trabalho de décadas do advogado de direitos civis Bryan Stevenson para fazer o país confrontar as duras verdades de seu passado

A nova instalação, com cerca de 3.700 metros quadrados, a poucos quarteirões do antigo espaço, é quatro vezes maior e tem ambições muito mais amplas. O objetivo é retratar as realidades violentas da escravidão e do racismo e como isso moldou todos os segmentos da sociedade americana.

“A visão para este espaço era realmente ter um olhar muito mais amplo e expansivo de quem somos neste país”, diz Stevenson. “Ainda existe uma ignorância fundamental sobre a história deste país e problemas que foram criados por nossa história e que continuam a nos assombrar.” Antes da pandemia, mais de 450.000 pessoas visitavam o memorial e o museu original a cada ano. Stevenson espera mais de um milhão de visitas anuais ao novo espaço.

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