Bloomberg — A piora da crise energética global impulsionou o gás natural na Europa e na Ásia para o equivalente a cerca de US$ 190 o barril, algo nunca visto no mercado de petróleo.
Ambas as regiões registraram novos recordes no preço do combustível para aquecimento e geração de energia esta semana. Concessionárias tentam reabastecer os estoques abaixo da média antes do início do inverno no hemisfério norte, enquanto alternativas, como o carvão, também estão em falta.
O gás holandês para entrega no mês seguinte atingiu 100 euros por megawatt-hora na manhã de sexta-feira, um recorde, mas devolveu parte dos ganhos. O valor corresponde a cerca de US$ 190 por barril de óleo equivalente, mais do que o dobro do preço da energia de um barril de petróleo Brent no mesmo dia. O recorde do contrato de petróleo de referência é de US$ 147,50 o barril, atingido em julho de 2008.
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Na quinta-feira, o marcador Japão-Coreia, referência do Norte da Ásia para embarques à vista de gás natural liquefeito, subiu para US$ 34,47 por milhão de unidades térmicas britânicas, a maior cotação desde 2009, segundo a agência S&P Global Platts. Convertendo o valor em unidades de petróleo, também indica um preço de cerca de US$ 190 por barril de óleo equivalente.
Os preços da energia sobem globalmente com a recuperação das economias e oferta limitada. A crise mundial é alimentada por vários fatores: baixos estoques após o inverno passado no hemisfério norte, que foi mais frio e mais longo do que o normal, investimentos reduzidos em campos de algumas regiões e manutenção adiada em 2020 devido às restrições da Covid.
A crise de oferta afeta outros mercados e também dá fôlego aos preços do petróleo, pois concessionárias buscam qualquer alternativa ao gás disponível, como óleo combustível para geração de energia e aquecimento.
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