Bloomberg — A secretária do Tesouro, Janet Yellen, sugeriu nesta quinta-feira (30) que o governo dos Estados Unidos pode ter alguns dias de caixa sobrando após a data de 18 de outubro que ela deu no início desta semana, antes de um possível default vinculado ao limite da dívida.
“Será impossível para o Tesouro naquele dia, ou alguns dias depois”, pagar as contas do país, uma vez que o fluxo de caixa será “limitado” e “será esgotado rapidamente”, disse ela em resposta a perguntas durante uma audiência antes do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.
Yellen também disse que apoiaria uma revogação permanente do limite da dívida - em oposição à suspensão temporária que está sendo considerada agora - e reiterou que um calote seria uma “catástrofe” para o país.
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Os comentários oferecem mais especificidade do que a carta de Yellen ao Congresso de segunda-feira (27), quando ela disse que “as estimativas sobre quanto tempo nossas medidas extraordinárias remanescentes e dinheiro podem durar podem avançar ou retroceder de maneira imprevisível.” Ela também escreveu que, após 18 de outubro, “esperamos que o Tesouro fique com recursos muito limitados que se esgotariam rapidamente”.
Separadamente, também hoje (30), o líder democrata do Senado Chuck Schumer aumentou a pressão sobre os republicanos em sua disputa pelo aumento do limite da dívida nacional, anunciando que buscará uma votação “já na próxima semana” sobre a legislação aprovada pela Câmara suspendendo o teto legal, que voltou entrou em vigor em 1º de agosto após um hiato de dois anos.
O líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, argumenta que os democratas são os únicos responsáveis por elevar o limite, já que buscam um plano partidário de impostos e gastos de trilhões de dólares. Schumer acusa os republicanos de tentar “comer e correr” sobre o custo de seus cortes de impostos de 2017 e quer suas impressões digitais na votação para aumentar o teto da dívida.
A luta pelo limite da dívida tornou-se parte de uma luta entre os partidos para moldar a percepção pública da agenda do presidente Joe Biden que se encaminha para as eleições legislativas do próximo ano.
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