São Paulo — A ação da PetroRio cravou, nesta quinta-feira (30), uma nova cotação máxima de pelo menos 12 meses, atingindo R$ 25,29 (+10,67%) no pregão da B3. PRIO3 deve começar outubro como uma das principais apostas nas novas carteiras de investimentos de algumas instituições financeiras. O catalisador para sua disparada hoje é a expectativa de que a petroleira adquira ativos nos campos de Albacora e Albacora Leste, na Bacia de Campos, colocado à venda pela Petrobras dentro de seu plano de desinvestimentos.
A corretora Warren, por exemplo, tirou Petrobras e incluiu PetroRio em sua carteira de top 10 para outubro. No total, foram feitas três alterações na sua lista de recomendadas: saíram ainda NeoEnergia e Grupo Dimed. Entraram Eneva e Unidas, além de PetroRio.
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“Optamos por retirar Petrobras da carteira, devido ao risco político relacionado a uma possível intervenção na política de preços de combustíveis por parte do governo federal, bem como aproximação do ano eleitoral”, diz a Warren, acrescentando acreditar que a Petrobras pode destravar valor no longo prazo com a estratégia de venda de ativos, mas com a ressalva de que “o risco político e o cenário interno conturbado podem atrapalhar o desempenho da empresa até o final de 2022″.
No lugar da estatal, a corretora incluiu a PetroRio, companhia focada única e exclusivamente na produção e comercialização de petróleo bruto, citando a “estratégia de procurar empresas com grande potencial de valorização e resultados crescentes a preços atrativos”.
A Warren argumenta que, com um tamanho 100 vezes menor do que a Petrobras e um potencial de crescimento bem mais alto, a PetroRio é a empresa mais eficiente do segmento de exploração e produção no Brasil. “O foco da companhia é adquirir campos maduros e atuar para reduzir seus custos e gerar melhores resultados. Desde 2015, a empresa vem adquirindo campos maduros em alta velocidade e elevando a produção, sem perder eficiência. Atualmente, o custo de extração de petróleo da Petrorio está em torno de US$ 14/barril, o que torna a empresa uma verdadeira máquina de gerar caixa, resiliente a praticamente qualquer cenário de preços de petróleo”, justitifica.
Em relatório sobre o setor de petróleo e gás, divulgado na última terça-feira (28), o BTG Pactual recomenda a compra de PRIO3, citando que a companhia reportou um crescimento de 11% em sua produção no mês de agosto, totalizando 33,6 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), devido ao aumento de 30% na produção do cluster formado pelo Campo do Polvo e dos Campos de Tubarão Martelo (TBMT), que respondeu por 15.054 boepd.
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O BTG Pactual nota ainda que PetroRio está exposta a riscos em suas atividades, incluindo o impacto da volatilidade do câmbio e do preço da sua commodity em seus negócios, bem como os riscos imprevisíveis como desastes naturais envolvendo seus ativos, mas destaca a capacidade da petroleira de entregar resultados bem-sucedidos.
Quem se antecipou e colocou PRIO3 já na carteira de setembro não tem do que se queixar. A Nova Futura Investimentos, por exemplo, apostou no papel da petroleira em sua carteira recomendada deste mês. O papel fechou agosto cotado a R$ 19,17. Ontem, fechou a R$ 22,85, alta de 19,2% em relação ao fim do mês passado. Só amanhã (1º), a instituição vai divulgar sua carteira para outubro.
“Vejo a fuga de capital de Petrobras para PetroRio nesse cenário de alta de petróleo”, diz a analista da Nova Futura Investimentos, Bruna Sene.
Dois operadores de mesas de renda variável, ouvidos pela reportagem, citam ainda uma texto publicado pelo site especializado PetroleoHoje, sem citar fontes, de que a Petrobras está prestes a divulgar o resultado da disputa pelos campos de Albacora e Albacora Leste. Dois consórcios (PetroRio/Cobra e Enauta/3R Petroleum/Talos Energia/EIG Global Energy Partners) estão no páreo.
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