Brasil ganha FIP de créditos de carbono com captação de R$ 51 mi

Parceria entre Vitreo, WayCarbon e ForFuturing reúne mais de 60 cotistas em aposta no desenvolvimento do mercado de créditos de carbono

Por

São Paulo — A casa de investimentos Vitreo e as consultorias WayCarbon e ForFuturing anunciaram, nesta quinta-feira (30), a primeira parceria para fomentar investimentos no mercado de créditos de carbono no Brasil, por meio de um FIP (Fundo de Investimentos em Participações).

O FIP Carbono, como foi batizado, levantou R$ 51 milhões em quatro meses de captação e reuniu no processo mais de 60 cotistas, incluindo pessoas físicas e investidores institucionais (entre eles fundos de fundos e family offices), com previsão de retorno nos próximos cinco anos, segundo comunicado divulgado hoje pelas empresas.

Veja mais: CEO da Petrobras quer zerar as emissões líquidas de carbono

“O fundo vai montar um portfólio composto por créditos originários de projetos florestais, energia, biometano e substituição de combustível, verticais com maior potencial de geração desses ativos no nosso país, com o objetivo de catalisar o processo de descarbonização da nossa economia e unir as pontas com companhias que assumiram compromissos para reduzir suas emissões ou que tenham como objetivo se tornarem neutras em emissões de carbono”, detalha.

O pool avalia que “iniciativas como a do FIP Carbono devem ser consideradas centrais para a aceleração do desenvolvimento do mercado de carbono no Brasil, contribuindo para ampliação de escala, liquidez e eficiência na formação de preços desses créditos” e que “as iniciativas relativas à descarbonização estão entre as mais relevantes em todos os processos de adoção de práticas sustentáveis de gestão, sendo, em muitos casos, o principal desafio a ser enfrentado”.

Veja mais: Se pagamos para tratar esgoto, por que não pagar para tratar carbono?

O grupo ainda informou que o FIP Carbono deve originar outros produtos com o objetivo de ofertar à indústria de investimentos mais soluções climáticas alinhadas às práticas ESG.

As empresas lembram que o pleito de regulamentação global do mercado de créditos de carbono é um dos pontos-chave da COP 26 (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU), que ocorre em novembro na cidade escocesa de Glasgow.

“A demanda crescente das empresas por créditos de carbono elevou os volumes transacionados e seus respectivos preços aqui e lá fora. Para o fundo, ter gestores que conhecem bem o mercado local é uma vantagem, já que facilita o acesso a bons projetos com preços atraentes. Além disso, os projetos no Brasil são bem competitivos no mercado internacional e as empresas em que o FIP investe possuem o perfil de atender companhias do mundo todo com alta escala de volumes de créditos”, informou o pool.

Leia também

Argentina ajuda Brasil a importar GNL em meio à forte demanda