São Paulo — O Banco do Nordeste decidiu trocar de presidente após a ofensiva do Centrão contra Romildo Rolim, que foi destituído, nesta quinta-feira (30) pelo conselho de administração. Anderson Possa assume como presidente interino. A decisão foi tomada pelo conselho de administração da instituição, segundo comunicado enviado ao mercado.
Possa é funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal e exercia a função de diretor de negócios no BNB, que é responsável pela carteira de microcrédito do banco, cobiçada por outras instituições financeiras.
No fim de agosto, Rolim concluiu o terceiro mandato à frente do BNB, o que seria o limite previsto no estatuto do banco e na Lei das Estatais (Nº 13.303/2016), mas continuava no cargo aguardando a definição do seu substituto.
Em vídeo que circulou nesta semana, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse ter pedido a demissão do presidente do BNB e de toda a diretoria, relatando ainda ter recebido um telefonema do presidente Jair Bolsonaro cobrando a existência de um contrato de “R$ 600 milhões” entre o BNB e uma ONG, em referência ao Instituto Nordeste Cidadania, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
O INEC é responsável, desde 2003, pela gestão do Crediamigo, programa de microcrédito urbano, e, desde 2005, pelo Crediagro, para a agricultura familiar. Ele é presidido por Zilana Melo Ribeiro, filiada ao PT.
O conselho do BNB também elegeu uma nova diretoria executiva, como exigia o presidente do PL, com os seguintes nomes: Anderson Aorivan da Cunha Possa, Bruno Ricardo Pena de Sousa, Cornélio Farias Pimental, Hailton José Fortes, Haroldo Maia Júnior e Thiago Alves Nogueira.
Segundo a imprensa de Fortaleza, onde fica a sede do BNB, outros nomes disputavam a cadeira de Rolim: além de Possa, Hailton Fortes (Diretor Financeiro e de Crédito) e Andrade Costa (Chefe de Gabinete da Presidência).
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