Investidores ativam apetite ao risco e vão às compras após sell-off: Principal do dia

Breakfast: Mercados sobem após cautela extrema com títulos de dívida dos EUA e crise de energia

Mercados voltam a subir
29 de Setembro, 2021 | 09:04 AM

Bloomberg Línea — Os mercados internacionais reativaram o apetite por risco e subiam nesta quarta-feira (29) após o forte sell-off da véspera, que derrubou bolsas e dá oportunidade de barganhas aos investidores. Os ativos brasileiros, que sofreram junto com o exterior pela maior cautela com energia e com os títulos da dívida americana, devem acompanhar o movimento e apagar parte das perdas da semana.

Veja mais: Disparo nos preços do petróleo adiciona volatilidade aos mercados internacionais

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A crise global de energia levou o petróleo tipo Brent a superar a barreira dos US$ 80 por barril na véspera, mas a commodity voltava a cair, enquanto o minério de ferro se recuperava do tombo na China. Petrobras e Vale - cujos 39 funcionários presos na mina no Canadá foram resgatados - devem sentir a melhora do sentimento internacional.

  • Futuros americanos operam em alta, com Dow Jones (+0,53%), S&P 500 (+0,66%) e Nasdaq (+0,87%)
  • Bolsas asiáticas fecharam mistas, com Tóquio/Nikkei 225 (-2,12%), Hong Kong/Hang Seng (+0,67%) e Xangai (-1,83%)
  • Por aqui, na segunda, o Ibovespa fechou em queda de 3,05%, aos 110.123,85 pontos. O dólar fechou em alta de 0,89%, a R$ 5,42.

Direto de Brasília (e outros lugares)

Mudanças na legislação eleitoral, como a censura de pesquisas eleitorais, não devem ser pautadas pelo presidente do Senado esta semana. Com isso, não há chance de aplicá-las em 2022. O próximo domingo, a 365 dias do primeiro turno, é o limite de tempo legal para as alterações antes das eleições.

A CPI ouve hoje Luciano Hang, dono da Havan. Apoiador vocal do presidente Bolsonaro, o empresário perdeu a mãe num hospital da Prevent Senior. Há suspeita que o prontuário de Regina Hang tenha sido fraudado para não constar Covid-19 como causa da morte.

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O Brasil registrou 15.395 novos casos de Covid-19 e 793 mortes em 24 horas, segundo o Ministério da Saúde

Enquanto você dormia

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou um acordo com o diretor de Relações com Investidores da Via (VVAR3), Orivaldo Padilha, no valor de R$ 750 mil, em um processo envolvendo a divulgação indevida de informações, encerrando um processo administrativo iniciado no ano passado sobre o compartilhamento de dados operacionais da empresa no Twitter.

As manchetes dos jornais:

  • Valor: Maior demanda por petróleo e gás puxa preços e gera temor de crise
  • Folha: Derrubada de vetos e votações fatiadas expõem falhas na articulação de Bolsonaro no Congresso
  • Estadão: Ricardo Nunes quer dobrar salários de indicados políticos em SP
  • O Globo: CPI da Covid ouve nesta quarta-feira empresário bolsonarista Luciano Hang mirando cloroquina e fake news
  • NYT: Retailers’ Latest Headache: Shutdowns at Their Vietnamese Suppliers
  • WSJ: Stock Futures Move Higher in Wake of Wall Street Rout
  • Washington Post: As Trump hints at comeback, democracy advocates fear a ‘worst-case scenario’

Agenda do dia

Indicadores Brasil: IGP-M (8h); Inflação ao produtor (9h); Dívida Líquida/PIB (9h30); Balanço, Superávit Orçamentário (14h); Fluxo Cambial Estrangeiro (14h30)

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Indicadores EUA: Discurso de Powell (12h45)

  • Jair Bolsonaro: Partida de Brasília/DF para Boa Vista/RR (7h); cerimônia de entrega de obras (10h30); partida de Boa Vista/RR para Brasília/DF (12h55)
  • Paulo Guedes (Economia): Reuniões com o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal (10h); com o secretário executivo, Marcelo Guaranys (11h); com o senador Otto Alencar (PSD-BA) (15h30); com o deputado federal Ubiratan Sanderson (PSL-RS) (16h30); com os deputados federais Marco Bertaiolli (PSD-SP) e Antonio Brito (PSD-BA) (17h)
  • Roberto Campos Neto (Banco Central): Videoconferência com representantes da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (10h); Almoço com Peter Wilson, Embaixador do Reino Unido (12h); Videoconferência com presidentes e representantes do Banco do Brasil, da Caixa, do Itaú, do Bradesco, do Santander, e da Febraban (15h); Videoconferência, com Hugo Nogueira, Presidente da Casa da Moeda do Brasil (16h30)

Pra não ficar de fora

Nosso repórter Sérgio Ripardo fez uma descoberta curiosa perto do Dia das Crianças: fabricantes brasileiras de brinquedos decidiram aposentar as bonecas falantes e que se movimentam devido à falta de chips que afeta a cadeia global de suprimentos.

Apagão dos brinquedos

“Tivemos o problema da falta de alguns chips de voz para boneca, mas a gente substituiu. São mais de 600 tipos de boneca. Não tem chip, não tem boneca que fala 50 palavras, mas vamos caprichar nos cabelos e nos vestidos. O mercado não vai parar nem ficar mais pobre por causa disso. Investimos em inovações”, disse o presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Synésio Batista da Costa, em entrevista à Bloomberg Línea.

--Com colaboração de Michelly Teixeira

Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.

Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.