China busca reduzir risco e compra fatia em banco da Evergrande

Fatia de 20% no Shengjing Bank foi vendida ao governo local de Shenyang por 10 bilhões de yuans (US$ 1,55 bilhão)

Evergrande enfrenta pressão crescente para pagar as dívidas
Por Bloomberg News
29 de Setembro, 2021 | 09:34 AM

Bloomberg — A China adquiriu uma participação em um banco regional em dificuldades da incorporadora Evergrande na tentativa de limitar o contágio da crise da incorporadora imobiliária no setor financeiro.

A Evergrande fechou um acordo para vender uma fatia de 20% no Shengjing Bank ao governo local de Shenyang por 10 bilhões de yuans (US$ 1,55 bilhão). O banco exigiu que todos os recursos sejam destinados ao pagamento de dívidas com o credor, segundo comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong. Nesse caso, a venda pouco ajudaria a Evergrande a pagar suas enormes dívidas com credores de títulos e compradores de imóveis.

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A venda destaca as medidas tomadas por autoridades para minimizar as consequências para o sistema bancário do agravamento da crise de liquidez da Evergrande, enquanto tentam evitar um resgate. Pelo menos 10 bancos disseram a investidores no início do mês que possuem garantias suficientes para empréstimos à incorporadora e que os riscos estão sob controle. O banco central de Hong Kong pediu que instituições financeiras divulguem sua exposição à Evergrande, segundo pessoas a par do assunto.

Veja mais: Fed questiona bancos de Wall Street sobre exposição a Evergrande

“Manter a estabilidade social e do setor financeiro ainda é o objetivo geral da política do governo chinês”, disse Nicholas Zhu, analista sênior da Moody’s Investors Service. “As autoridades, incluindo governos locais, adotarão medidas e assumirão papéis de coordenação para garantir que a resolução de Evergrande não cause instabilidade social ou financeira.”

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Em um sinal de nervosismo dos investidores em relação ao setor bancário, as ações do Dongguan Rural Commercial Bank despencaram na estreia em Hong Kong. O banco destacou sua exposição ao setor imobiliário como um fator de risco em um prospecto preliminar, dizendo que o segmento respondia por 8,8% de seus empréstimos comerciais em 31 de março.

A Evergrande enfrenta pressão crescente para pagar as dívidas. A empresa já atrasou pagamentos a bancos, fornecedores e investidores de produtos de investimento onshore. Não houve comunicado sobre um cupom de US$ 83,5 milhões que venceu em 23 de setembro, e vários credores disseram que não haviam recebido o pagamento.

A Fitch rebaixou a nota de crédito da incorporadora de CC para C na quarta-feira, dizendo que a Evergrande provavelmente não pagou juros sobre notas seniores sem garantia e entrou em um período de carência de 30 dias.

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A empresa precisa pagar um cupom de US$ 45,2 milhões na quarta-feira de um título em dólar que vence em 2024, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“Com tantos pagamentos de cupons chegando até o final do ano, a venda de ativos não essenciais é a maneira mais eficiente de a Evergrande levantar fundos”, disse Steven Leung, diretor executivo da UOB Kay Hian. O governo central está “acompanhando de perto” os recursos das vendas de ativos, disse.

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