São Paulo — A carne de frango deve ampliar sua presença nas refeições dos brasileiros em 2022. A expectativa das empresas processadoras é que cada cada pessoa consuma, em média, 47,5 quilos de frango ao longo do próximo ano. Se confirmado, o volume representará um acréscimo de um quilo e meio sobre o consumo per capita esperado para 2021, que está projetado para ser de 46 quilos.
Mais em conta que a carne bovina, o frango é a proteína mais consumida no Brasil e a expectativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é que as coisas se mantenham dessa forma para o próximo ano. Ricardo Santin, presidente da ABPA aponta a retomada da economia, a manutenção do auxílio emergencial e a reabertura de restaurantes em todo o Brasil como os principais motivos que sustentam a expectativa de um consumo 5,5% maior no ano que vem.
“A maior parte do auxílio emergencial foi utilizado para o consumo de alimentos e isso deve continuar. Além disso, muitos restaurantes por quilo, tendem a disponibilizar proteínas mais baratas e o frango é uma das que vai se beneficiar desse movimento de reabertura econômica”, afirma Santin.
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Esse aumento do consumo vai ocorrer apesar dos aumentos de preços registrados no mercado doméstico, que devem ser mantidos no próximo ano. Segundo Santin, o aumento dos custos de produto, impulsionado especialmente pela valorização do milho, estão sendo repassados pelas indústrias e não devem cair.
O aumento de custos veio para ficar. Há uma mudança no patamar de preços, que vão continuar subindo até encontrarem um ponto de equilíbrio
Ricardo Santin, presidente da ABPA
Muitas vezes criticadas, as indústrias dizem não ser a causa do aumento dos preços praticados no mercado interno, mas, apenas um veículo. Para justificar essa tese, a ABPA indica que tanto em 2021 quanto a expectativa para 2022 é que ocorra um aumento da produção de carne de frango e também da disponibilidade no mercado interno.
A expectativa é que sejam produzidas neste ano até 14,3 milhões de toneladas de carne de frango, das quais 9,8 milhões devem ser consumidas no mercado interno e 4,55 milhões destinadas ao mercado externo. Se confirmada, a produção representará um crescimento de 3,5% sobre o desempenho do ano passado, as exportações avançarão 7,5% e o consumo doméstico terá um incremento de 2%. Para 2022, as projeções apontam para uma oferta de 14,7 milhões de toneladas de frango, embarques de 4,65 milhões e um consumo doméstico de 10,15 milhões de toneladas.
“Os preços não foram influenciados por uma redução de oferta. As indústrias não deixaram faltar produto no mercado interno e também não deixaram de exportar. Mais de R$ 1 bilhão foram investidos para manter a produção de aves, ovos e suínos durante a pandemia”, afirma o representante das empresas.
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