Clima e logística levam algodão perto do maior preço em 10 anos

Cotação acumula alta de 28% este ano com a forte demanda, especialmente da China, combinada com problemas de abastecimento devido à pandemia e caos logístico

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Bloomberg — Os contratos futuros do algodão bateram a marca de US$ 1 por libra (peso, equivalente a 0,453592 quilograma) pela primeira vez em quase uma década sob o impacto do clima adverso e gargalos logísticos.

Em Nova York, o contrato para entrega em dezembro subiu para US$ 1,005 por libra-peso, o maior nível desde novembro de 2011. A cotação acumula alta de 28% este ano com a forte demanda, especialmente da China, combinada com problemas de abastecimento devido à pandemia e caos logístico provocado pelo aumento dos custos de frete.

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Com os preços mais altos da fibra, também aumenta o custo para a confecção de roupas. Varejistas podem querer repassar essas despesas aos clientes e impulsionar a inflação de várias peças, reduzindo a demanda e as margens de fabricantes de roupas como Levi Strauss & Co.

Previsões apontam para o segundo ano seguido de déficit global do algodão, e a China, principal usuário, precisa de novas fontes da fibra para a indústria têxtil do país em meio à reação internacional por violações trabalhistas em Xinjiang, sua maior região produtora. Os EUA proibiram importações de produtos de algodão da região no início do ano.

Outros produtores importantes, como Bangladesh, Paquistão e Índia, enfrentam problemas nas safras. O México, um grande importador, deve comprar a maior quantidade de algodão americano em 11 anos. As exportações dos EUA na temporada 2020-21 encerrada em julho foram as maiores em 15 anos, com 16,4 milhões de fardos, impulsionadas por importações mundiais recordes. A China eclipsou o Vietnã como o maior destino do algodão dos EUA pela primeira vez em seis anos.

A Índia também preocupa: a produção em Punjab está em queda por causa de uma praga, disse Judy Ganes, presidente da J. Ganes Consulting.

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