São Paulo — O Brasil fechou o mês de agosto com 5,83 milhões de empresas insolventes, divulgou a Serasa Experian, empresa de análise de informações de crédito, nesta terça-feira (28). O número representa uma pequena queda de 0,68% em relação ao mês anterior (5,87 milhões).
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O dado considera negócios de micro, pequeno, médio e grande porte. A maior parcela de companhias negativas se encontra, segundo a Serasa, no setor de serviços (51,2%), seguido pelo comércio (38,7%) e indústria (8%).
A inadimplência das micro e pequenas empresas recuou 0,9% no mês passado, mas isso não configura uma tendência.
“Os donos de negócios estão em busca de auxílio para lidar com suas pendências financeiras. Por isso, o recuo observado não reflete uma melhora para as empresas, mas sim um alívio temporário, já que os empreendedores ainda devem encontrar muitos desafios diante do quadro econômico do país”, analisou Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, em comunicado.
Ele observou que, a partir de julho, houve maior disponibilidade de linhas de crédito criadas especificamente para as micro e pequenas empresas negociarem suas dívidas, o que poderia ter impacto o indicador positivamente.
A inadimplência difere de região para região. O Norte teve o melhor desempenho sobre a retração da inadimplência, segundo a Serasa, caindo mais que a média geral (-5%), seguida pelo Sudeste (-0,9%), Centro-Oeste (-0,7%), Sul (-0,3%) e Nordeste (-0,1%).
Busca por crédito
Já a busca pelo recurso financeiro caiu 7,9% em agosto na comparação com o mês anterior, segundo outro indicador divulgado pela Serasa neste mês. Essa foi a maior queda de 2021, que registrou outra baixa apenas em janeiro, de 4,2%. Todos os segmentos analisados registraram retração, com destaque para a indústria, que teve o tombo mais expressivo (-12,1%).
Já a análise por porte revela que os grandes negócios caíram 19,3%, movimento que não acontecia desde janeiro de 2018, quando as empresas desse porte marcaram -19,6%.
“O aumento da inflação, as questões políticas e a crise hídrica são fatores capazes de aumentar a sensação de incerteza dos empreendedores sobre a tomada de crédito. Dessa forma, muitos empresários tendem a esperar um momento mais favorável para procurar pelo recurso que, principalmente para o setor de Indústria e para as grandes empresas, poderia ser usado para investir no aumento da produção”, disse Rabi.
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