Bloomberg — O presidente Joe Biden recebeu nesta segunda-feira (27) a dose de reforço da vacina Pfizer-BioNTech contra a Covid na frente das câmeras na Casa Branca, e disse que pressionará por mais obrigatoriedade na vacinação para melhorar a taxa de inoculação dos Estados Unidos.
Biden, de 78 anos, atende às diretrizes emitidas na semana passada pela Food and Drug Administration e pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças de que pessoas com mais de 65 anos podem receber a terceira dose.
“Se você estiver totalmente vacinado, estará muito mais protegido contra casos graves, mesmo se desenvolver Covid-19. Você está seguro e vamos fazer tudo o que pudermos para mantê-lo assim com o reforço”, disse antes de receber sua dose. “A coisa mais importante que podemos fazer é vacinar mais americanos”.
Os americanos que se recusaram a ser vacinados, segundo ele, estão causando “muitos danos ao resto do país. Esta é uma pandemia de pessoas não vacinadas. Por isso estou avançando com a obrigatoriedade da vacinação sempre que possível”.
O presidente recebeu a primeira dose em dezembro e a segunda em janeiro, colocando-o bem além do limite de seis meses após a segunda dose, o que permite o reforço. Enquanto arregaçava a manga para receber a injeção, ele disse aos repórteres que não havia tido nenhum efeito colateral após as outras doses.
Biden está promovendo doses de reforço para os americanos, embora muitos países estejam sofrendo para obter suprimentos suficientes para aplicar as doses iniciais. Alguns defensores da saúde pública dizem que as vacinas devem ser enviadas para países sem o suprimento adequado antes que os EUA distribuam a terceira dose.
Os EUA estão bem atrás de muitos outros países no percentual da população totalmente vacinada, à medida que milhões de americanos – principalmente conservadores – continuam resistindo às vacinas.
Pouco mais de 55% dos americanos estão totalmente vacinados, de acordo com o Bloomberg Vaccine Tracker. O Reino Unido está com 67% da população totalmente vacinada, e o Canadá com 70,6%, enquanto Portugal, com 83,7%, tem o maior percentual de vacinados entre os países com população superior a um milhão.
Biden sugeriu em agosto que esperava que todos os americanos que estivessem totalmente vacinados pudessem receber uma dose de reforço vários meses após as doses anteriores. Contudo, a Food and Drug Administration e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças fizeram recomendações mais específicas na semana passada.
A diretora do CDC Rochelle Walensky aprovou reforços na semana passada para pessoas com mais de 65 anos e aqueles entre 18 e 64 anos com comorbidades. Ela rejeitou um painel consultivo para aprovar doses de para jovens de 18 a 64 anos que enfrentam altos riscos de exposição em seus locais de trabalho.
Mesmo com a autorização das doses de reforço para milhões de americanos, há desacordo entre as autoridades de saúde dos EUA sobre sua necessidade. Alguns estudos sugeriram que a eficácia do regime inicial de duas doses da vacina Pfizer-BioNTech diminui com o tempo, principalmente em idosos, e que não é tão eficaz contra a variante delta quanto contra outras cepas.
As doses de reforço das vacinas da Moderna e da Johnson & Johnson ainda não foram autorizadas pelos órgãos reguladores dos EUA.
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