Saída de investimento estrangeiro na B3 avança a R$ 2,5 bi em 21 dias

Caso tendência de retirada de recursos permaneça nos próximos pregões, Bolsa fechará 4º mês do ano com indicador no vermelho

B3
23 de Setembro, 2021 | 01:57 PM

São Paulo — O saldo de investimento estrangeiro na B3 está negativo em R$ 2,5 bilhões em setembro, até a última terça-feira (21), segundo dados divulgados pela B3, nesta quinta-feira (23). O indicador tem defasagem de dois dias úteis.

Veja mais: Investidor estrangeiro começa a tirar dinheiro da Bolsa do Brasil

PUBLICIDADE

A saída de recursos é resultado de vendas de ações (R$ 251,735 bilhões) superiores às compras (R$ 249,215 bilhões) no período. Os investidores estrangeiros respondem por metade das transações na B3.

Caso a retirada de dinheiro da B3 não cesse até o fim de setembro, será o quarto mês do ano com saldo negativo (fevereiro, março e julho). A maior saída de recursos estrangeiros em 2022 foi em julho (R$ 8,2 bilhões).

Preocupações com a situação fiscal do Brasil, a proximidade do ano de eleição presidencial e as incertezas sobre o ritmo de crescimento econômico em um ambiente de inflação, juros e desemprego elevados, crise hídrica e desaceleração chinesa se acenturam no mercado desde o início do segundo semestre.

PUBLICIDADE

O clima de cautela ganhou espaço, levando os investidores a reavaliarem suas apostas no mercado acionário brasileiro e migrarem recursos para aplicações em renda fixa. Nas últimas semanas, o risco de falência da gigante chinesa Evergrande, segunda maior incorporadora do país asiático, provocou fortes correções negativas de preços nas Bolsas mundiais. A sinalização de que a companhia evitará o calote trouxe um certo alívio desde o pregão de ontem.

Ontem, o Ibovespa, que reúne as 91 ações mais negociadas da Bolsa brasileira, subiu 1,84%, aos 112.282 pontos, mas ainda acumula perdas de 5,47% no mês e de 5,66% no ano. A pontuação está bem distante da máxima do ano (130.776 pontos), registrada no dia 7 de junho. A mínima do ano é de 108.843 pontos, tocada no último dia 20.

Veja mais: Estrangeiro acelera saída da B3 para R$ 1,7 bi no mês

PUBLICIDADE

Analistas gráficos projetam o cenário para uma retomada da tendência de alta no curto prazo. “O Ibovespa seguiu avançando no último pregão e foi testar a primeira resistência na linha dos 112.400 pontos. Na quebra deste ponto, o índice passaria a olhar para a reta de resistência traçada a partir do seu topo histórico, que projeta hoje na região dos 114.800, nível divisor para a retomada da tendência de alta no curto prazo. Do lado inferior, em caso de novo movimento de realização de lucros, o Ibovespa encontraria apoio intermediário aos 110.000 e fundo marcado aos 107.500 pontos”, analisou a equipe gráfica do Bradesco BBI, em relatório divulgado hoje.

Leia também

Vai ter fila para renovar visto dos EUA? Trade turístico discute opções

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.