São Paulo — O saldo de investimento estrangeiro na B3 está negativo em R$ 2,5 bilhões em setembro, até a última terça-feira (21), segundo dados divulgados pela B3, nesta quinta-feira (23). O indicador tem defasagem de dois dias úteis.
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A saída de recursos é resultado de vendas de ações (R$ 251,735 bilhões) superiores às compras (R$ 249,215 bilhões) no período. Os investidores estrangeiros respondem por metade das transações na B3.
Caso a retirada de dinheiro da B3 não cesse até o fim de setembro, será o quarto mês do ano com saldo negativo (fevereiro, março e julho). A maior saída de recursos estrangeiros em 2022 foi em julho (R$ 8,2 bilhões).
Preocupações com a situação fiscal do Brasil, a proximidade do ano de eleição presidencial e as incertezas sobre o ritmo de crescimento econômico em um ambiente de inflação, juros e desemprego elevados, crise hídrica e desaceleração chinesa se acenturam no mercado desde o início do segundo semestre.
O clima de cautela ganhou espaço, levando os investidores a reavaliarem suas apostas no mercado acionário brasileiro e migrarem recursos para aplicações em renda fixa. Nas últimas semanas, o risco de falência da gigante chinesa Evergrande, segunda maior incorporadora do país asiático, provocou fortes correções negativas de preços nas Bolsas mundiais. A sinalização de que a companhia evitará o calote trouxe um certo alívio desde o pregão de ontem.
Ontem, o Ibovespa, que reúne as 91 ações mais negociadas da Bolsa brasileira, subiu 1,84%, aos 112.282 pontos, mas ainda acumula perdas de 5,47% no mês e de 5,66% no ano. A pontuação está bem distante da máxima do ano (130.776 pontos), registrada no dia 7 de junho. A mínima do ano é de 108.843 pontos, tocada no último dia 20.
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Analistas gráficos projetam o cenário para uma retomada da tendência de alta no curto prazo. “O Ibovespa seguiu avançando no último pregão e foi testar a primeira resistência na linha dos 112.400 pontos. Na quebra deste ponto, o índice passaria a olhar para a reta de resistência traçada a partir do seu topo histórico, que projeta hoje na região dos 114.800, nível divisor para a retomada da tendência de alta no curto prazo. Do lado inferior, em caso de novo movimento de realização de lucros, o Ibovespa encontraria apoio intermediário aos 110.000 e fundo marcado aos 107.500 pontos”, analisou a equipe gráfica do Bradesco BBI, em relatório divulgado hoje.
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