São Paulo — O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu mais uma vez sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no Brasil em 2021. O valor adicionado (VA) do setor que estava projetado para crescer 1,7% foi revisado para um aumento de 1,2% em 2021. As reduções nas estimativas de produtividade e produção no milho e um cenário menos favorável para a produção de leite foram os motivos considerados para os ajustes do Ipea.
O Ipea revisou para baixo sua projeção para o PIB da agricultura e também da pecuária. No caso da produção vegetal, o crescimento do valor adicionado da atividade foi reduzido de 1,7% para 1,2%.
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Apesar da queda de 15,5% na produção de milho, o setor ainda assim deve apresentar crescimento, sustentado pelo crescimento das safras de soja (+10,1%), arroz (+4,3%) e trigo (+32,9%). A alta só não será maior pelo impacto negativo que setores como cana-de-açúcar (-3,7%) e café (-21,2%) terão sobre o indicador.
No caso do PIB da pecuária, o efeito negativo que a queda no valor adicionado dos bovinos (-0,9%) e do leite (-0,4%) terá no indicador, fez com que o Ipea reduzisse sua estimativa de crescimento de 1,8% para 1,2%. “O aumento do custo de produção é um fator que tem desincentivado a produção de leite”, afirma Pedro Garcia, pesquisador associado do Ipea. Para ele, apesar da leve recuperação no consumo de carne bovina, a alta no preço da proteína e o impacto negativo da pandemia sobre o mercado de trabalho resultaram em um cenário mais desfavorável. O avanço na produção de aves (+6,8%), suínos (+8,7%) e ovos (+1,4%), no entanto, limitará as perdas geradas pela pecuária de corte e de leite.
Crescimento menor em 2022
Para 2022, a estimativa foi revisada para cima. O crescimento projetado no valor adicionado do setor agropecuário de 3,3% foi elevado para 3,4%. O PIB da pecuária deve crescer 2,2% no ano que vem, ante uma alta de 1,8% estimada anteriormente. Já para o PIB da agricultura é esperado uma alta de 3,9% (mantida desde a previsão anterior). Há perspectiva positiva por conta de expectativas de crescimento nas culturas de soja e milho; de recuperação do crescimento da produção de bovinos (após dois anos consecutivos de queda) e de nova alta estimada para a produção de suínos.
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