Fed e acerto de Evergrande com credores atenuam incertezas do mercado

Crise de dívida da incorporadora chinesa ainda está no radar, mas foco de hoje recai sobre dados macroeconômicos e repercussão à política do Fed

futuros de ações em NY seguem alta das bolsas europeias, que hoje se concentram em dados macroeconômicos
23 de Setembro, 2021 | 06:59 AM

Barcelona, Espanha — Parte das incertezas que atormentaram os mercados nos últimos dias diminuiu com a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). O desfecho da crise do grupo Evergrande ainda é uma incógnita, mas a possibilidade de que a incorporadora chinesa chegue a um acordo com seus credores dá algum fôlego às operações no mercado financeiro. Assim, as bolsas europeias abriram em território positivo, bem como os futuros de ações em Wall Street.

Ontem, o banco central americano anunciou que a redução do seu programa de compras de ativos deverá começar logo, em novembro, sendo gradual e se estendendo até meados de 2022. A mensagem do presidente do Fed, Jerome Powell, veio ao encontro do que esperava o mercado. Ele observou, no entanto, que essa medida não constitui um sinal direto sobre o momento de aumento da taxa de juros, mantida no intervalo entre 0% e 0,25% ontem.

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Os investidores confiam que a recuperação econômica será suficientemente forte para compensar uma redução na compra de títulos. Além disso, acreditam que qualquer mudança relevante de curso será anunciada com antecedência.

Leia mais: Powell diz que redução de compras pode começar já na próxima reunião

Os mercados acionários na Europa se comportam desta maneira na manhã de hoje:

O movimento é de alta generalizada. As ações de tecnologia e de fabricantes de automóveis lideravam um amplo avanço no índice Stoxx Europe 600.

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  • o Stoxx 600 Europe Index subia 1,08%, para 468 pontos às 6h55 no horário de Brasília
  • o alemão DAX ganhava 1,09%, para 15.675 pontos
  • em Paris, o CAC 40 avançava 1,10%, situando-se nos 6.711 pontos
  • o londrino FTSE 100 aumentava 0,39%, aos 7.110 pontos
  • o IBEX 35 subia 0,77%, para 8.876 pontos

No continente, os olhos dos operadores se voltam a dados macroeconômicos. Um dos indicadores para repercutir se refere à atividade do setor privado na Alemanha e na França.

  • O PMI composto na maior economia da Europa caiu para 55,3 em setembro, enquanto os economistas esperavam uma leitura de 59,2. Na França, onde os serviços eram mais estáveis, o indicador caiu para 55,1, ante uma estimativa de 55,7.

A perda de força na recuperação econômica de ambos os países guarda relação com os problemas na cadeia de suprimentos e uma desaceleração no setor de serviços. A escassez de peças e matérias-primas provou ser um grande obstáculo na Alemanha e na França, com aumento de custos para as empresas, e a atividade em ambos os países diminuiu mais do que o previsto na pesquisa mensal da IHS Markit com gerentes de compras.

Além disso, o Banco da Inglaterra anuncia sua decisão sobre a taxa de juros.

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Futuros de ações nos EUA

Além de considerar o anúncio do Fed em suas transações - que sinalizou redução da compra de ativos este ano, mas deixou a porta aberta para estender o estímulo se a economia precisar -, os operadores também seguem de perto os pedidos de seguro-desemprego.

  • o S&P 500 futuro subia 0,72% às 11h55 CEST (6:55h no horário de Brasília), para os 4.415 pontos
  • os contratos indexados ao índice Dow Jones ganhavam 0,64%, somando 34.346 pontos
  • os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq avançavam 0,75%, para 15.277 pontos

Como fechou Wall Street

O S&P fechou ontem com 0,95% de alta (4.395 pontos), enquanto o Dow Jones Industrial subiu 1% (34.258 pontos). Já o Nasdaq 100 encerrou o dia com 1,02% de valorização, aos 14.896 pontos.

Mercados asiáticos

O índice de Xangai subiu 0,38%, para os 3.642 pontos. No Japão, o mercado está fechado. Nas bolsas de Hong Kong, após dois dias fechadas por feriado, o Hang Seng terminou com alta de 1,19%, situando-se nos 24.510 pontos.

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Até o momento, não há novas notícias sobre a crise da dívida da Evergrande. No entanto, os participantes do mercado estão atentos à capacidade de o grupo de fazer frente ao pagamento, hoje, das taxas de juros de seus títulos de cinco anos denominados em dólar. Ontem, a empresa conseguiu renegociar prazos para um vencimento em moeda local, que também era devido hoje, embora o grupo não tenha revelado detalhes sobre o acerto.

Esta semana, o Banco Popular da China ( PBoC, na sigla em inglês) conseguiu acalmar os nervos dos investidores com a injeção do equivalente a US$ 18,6 bilhões nos mercados de títulos de curto prazo.

Leia mais: Comunicado da Evergrande sobre título em yuan intriga analistas

Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:

Petróleo

O petróleo agora apresenta queda, mas se mantém perto de seu ponto mais alto em quase dois meses, sob sinais de que as reservas mundiais estão diminuindo em meio a uma crise global de energia antes do período crucial de demanda no inverno.

  • em Nova York, os contratos futuros de petróleo caíam 0,15% às 11h55 CEST (6:55h no horário de Brasília), para US$ 72,13 o barril.

Moedas

  • o euro subia 0,32%, para US$ 1,1726
  • o iene valorizava-se 0,14%, para US$ 109,96
  • a libra esterlina tinha 0,37% de apreciação, cotada a US$ 1,3668

Ouro

  • o ouro futuro perdia 0,40%, para US$ 1.771 a onça troy

Cripto

  • o bitcoin subia 1,29%, para US$ 44,004 mil.

-- Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.