São Paulo — Encerrada a safra 2020/21, o valor da produção agrícola do Brasil em 2020 foi de R$ 470,5 bilhões, desempenho que representa um crescimento de 30,4% em comparação a 2019. Os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os 83,4 milhões de hectares cultivados no ano passado produziram 255,4 milhões de toneladas, volume 5% maior que 2019. Os dados fazem parte da Produção Agrícola Municipal (PAM) e representam o melhor resultado da história da análise, realizada desde 1974.
O recorde no valor da produção foi influenciado pela elevada demanda do mercado internacional e pelo câmbio favorável às exportações, colaborando para que houvesse ampliação das áreas plantadas de soja, milho e algodão, mandioca e feijão, bem como maiores investimentos nos cultivos agrícolas.
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Segundo o IBGE, a estiagem severa no início do ano no Rio Grande do Sul, derrubou a produtividade das lavouras de soja, milho, trigo e outros, mas as condições climáticas foram bastante favoráveis no restante do país.
Entre as culturas agrícolas que mais contribuíram para o recorde da safra 2020 está a soja, com produção de 121,8 milhões de toneladas, gerando R$ 169,1 bilhões, 35% acima do valor da safra de soja 2019. A produção de milho cresceu 2,8%, um novo recorde, chegando a 104 milhões de toneladas, que geraram R$ 73,949 bilhões, 55,4% a mais do que o ano anterior. Pela primeira vez desde 2008, o valor de produção do milho superou o da cana de açúcar (R$ 60,8 bilhões). A safra de café teve forte recuperação frente a 2019, com alta de 54,4% no valor da produção (R$ 27,3 bilhões). Maior produtor do mundo, a produção brasileira de café cresceu 22,9% e somou 3,7 milhões de toneladas em 2020.
Juntos, os 50 municípios com os maiores valores de produção agrícola geraram R$ 106,9 bilhões, ou 22,7% do valor total da produção agrícola do país. Vinte deles eram de Mato Grosso, seis da Bahia e seis de Mato Grosso do Sul. Sorriso (MT) manteve a liderança, com R$ 5,3 bilhões, ou 1,1% do valor nacional. A seguir, vieram São Desidério (BA), com R$ 4,6 bilhões, e Sapezal (MT) com R$ 4,3 bilhões.
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