Argentina paga US$ 1,9 bi ao FMI em meio à crise política

Valor devido é referente ao resgate recorde de US$ 45 bilhões do FMI em 2018 ao governo anterior

País precisa reembolsar US$ 2 bilhões adicionais ao Fundo antes do final do ano
Por Patrick Gillespie
22 de Setembro, 2021 | 03:50 PM

Bloomberg — A Argentina transferiu US$ 1,88 bilhão ao Fundo Monetário Internacional na quarta-feira, cumprindo o primeiro pagamento do principal do pacote de resgate recorde em meio à crise política após a derrota do governo nas eleições primárias da semana passada.

Três pessoas a par do assunto confirmaram a informação à Bloomberg News, pedindo para não serem identificadas, pois o pagamento ainda não foi oficializado pelo governo. O valor devido é referente ao resgate recorde de US$ 45 bilhões do FMI 2018 ao governo anterior da Argentina em uma fracassada tentativa de estabilizar a economia marcada por crises.

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O banco central da Argentina pagou o vencimento com direitos especiais de saque recebidos pelo país no mês passado, disseram duas pessoas. O FMI emitiu os fundos extras para ajudar os países a aliviarem o impacto da pandemia. A Argentina recebeu cerca de US$ 4,3 bilhões sob esse acordo.

Veja mais: Ilan Goldfajn assume departamento do FMI para Américas em janeiro

O compromisso da Argentina de reembolsar o FMI é foco das atenções depois da derrota da coalizão do presidente Alberto Fernández nas primárias em 12 de setembro, expondo um racha com a vice-presidente, Cristina Kirchner, que comanda uma ala mais radical do governo. O país, que tem eleições de meio de mandato em 14 de novembro, precisa reembolsar US$ 2 bilhões adicionais ao Fundo antes do final do ano.

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Com a Argentina excluída dos mercados de dívida internacionais, chegar a um acordo com o FMI para reprogramar os próximos pagamentos será crucial para Fernández evitar US$ 19 bilhões em vencimentos no próximo ano. Embora tenha dito que o orçamento do país em 2022 prevê que um acordo será alcançado, a necessidade de recuperar terreno político provavelmente levará a mais gastos do governo, desafiando compromissos fiscais.

Uma porta-voz do FMI não comentou de imediato.

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