Bloomberg — A Opep e aliados poderiam continuar repondo a produção de petróleo, disseram dois importantes membros do Oriente Médio, enquanto o grupo se prepara para avaliar seu próximo aumento de oferta.
“O plano está funcionando, estamos aumentando gradativamente, e o mercado está absorvendo”, disse na terça-feira o ministro de Petróleo dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al-Mazrouei, durante a conferência Gastech em Dubai. “Não vejo razão para nos desviarmos disso.”
A opinião de Mazrouei ecoa comentários de seu homólogo iraquiano no fim de semana, bem como de delegados de vários outros países da Opep+ que falaram nos bastidores.
A Opep+, uma coalizão de 23 nações, está repondo o petróleo retirado do mercado quando a pandemia encolheu a demanda global por combustíveis no ano passado. O grupo, liderado por Arábia Saudita e Rússia, se reúne em 4 de outubro para revisar o próximo aumento mensal de 400 mil barris por dia.
Outras vozes de peso da aliança concordaram que o grupo pode continuar com o plano.
“Já concordamos que daríamos alguma cota adicional para todos os países mês a mês, então faremos isso por enquanto”, disse o ministro de Estado do Petróleo da Nigéria, Timipre Sylva, em entrevista. O grupo vai agir com cautela e se “por algum motivo, virmos que a demanda está diminuindo, teremos que fazer algo para reduzir nossas cotas”.
A Nigéria produz atualmente abaixo de sua cota da Opep por causa de dificuldades relacionadas aos terminais de exportação de petróleo, disse Sylva. O país trabalha para resolver esses problemas “técnicos” e espera atingir sua meta de produção em um mês, afirmou.
O ministro do Petróleo iraquiano, Ihsan Abdul Jabbar, disse no domingo que sua expectativa é a de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e parceiros sigam os planos de aumento da produção de petróleo em novembro se os preços permanecerem nos níveis atuais, embora seja muito cedo para determinar o resultado da reunião do grupo no mês que vem.
O petróleo Brent é negociado atualmente em torno de US$ 75 o barril, e sobe cerca de 45% este ano. O mercado deve permanecer em equilíbrio ao longo do primeiro trimestre de 2022 - com o petróleo em torno de US$ 70 o barril - se a Opep+ mantiver os planos, prevê Jabbar.
Outro impulso nas exportações da Opep poderia ser positivo para consumidores, ajudando a compensar a redução da oferta nos EUA causada pela passagem do furacão Ida pela Costa do Golfo no mês passado. A tempestade inicialmente suspendeu a produção de 1,7 milhão de barris por dia, e o setor ainda tenta retomar as operações em muitos dos campos afetados.
A oferta nos mercados globais está apertada agora, mas algumas previsões apontam para uma desaceleração no início do próximo ano. Morgan Stanley e Standard Chartered preveem que a Opep+ precisará fazer uma pausa nos aumentos de produção mensais para evitar um novo superávit de oferta.
Mazrouei, dos Emirados Árabes Unidos, rebateu essa visão em comentários na terça-feira, dizendo que a Opep não está “preocupada com um superávit” no segundo trimestre de 2022.
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