São Paulo — Os investidores estrangeiros, responsáveis por metade dos negócios na Bolsa brasileira, aceleraram o movimento de retirada de recursos da B3 entre os pregões dos dias 15 e 17 deste mês, acompanhando a piora das condições do mercado de capitais. A saída acumulada em setembro, até a sexta-feira passada (último dado disponível), já somava R$ 1,79 bilhão, bem acima dos R$ 19,740 milhões vistos nos 14 primeiros dias de mês.
A liquidação das ações das empresas brasileiras pelos estrangeiros coincide com o tombo da ação da Vale, a principal blue chip do Ibovespa. Os papéis da mineradora e do setor siderúrgico são os mais castigados nos últimos dias devido à forte desvalorização do preço do minério de ferro no mercado chinês.
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Em setembro, até o último dia 17, os estrangeiros mais venderam (R$ 218,131 bilhões) do que compraram ações (R$ 216,334 bilhões) na B3. O resultado desse desmonte de posições é que o Ibovespa já acumula desvalorização de 8,37% em setembro e de 8,55% no ano, até o fechamento de ontem.
Ontem, quando tombou 2,32%, só 5 das 91 ações que compõem o principal índice do mercado acionário brasileiro conseguiram fechar no campo positivo. A máxima do Ibovespa em 2021 foi de 130.776 pontos, alcançada no dia 7 de junho. Já a mínima do ano é de 108.843 pontos, registrada no fechamento de ontem, quando cravou, no intraday, mínima de 107.520 pontos.
Analistas gráficos do Bradesco BBI dizem, em relatório divulgado hoje, que o índice pode, caso prossiga na correção negativa, passar a olhar para o próximo apoio de 103.500 pontos. Nesta terça-feira, o Ibovespa tenta engatar uma recuperação. Por volta das 11h30, subia 0,45%, aos 109.336 pontos.
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