São Paulo — A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Magda Nassar, fez, nesta terça-feira (21), um apelo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que libere a temporada 2021-2022 de navios de cruzeiros, que tradicionalmente iniciava no fim de outubro e se estendia até abril do ano seguinte.
Ainda estão em andamento negociações entre a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) e quatro ministérios (Turismo, Justiça, Infraestrutura e Saúde), mas avanços não foram anunciados. A Anvisa mantém a proibição da chegada de cruzeiros nos portos brasileiros, justificando preocupações com os riscos de disseminação de casos importados de Covid-19.
As agências de viagens que integram a Abav respondem por 92% das vendas de cabines para navios de cruzeiros no Brasil. O segmento é uma importante fonte de faturamento para o setor. Ela diz que as armadoras e os terminais portuários, bem como o restante do trade turístico, estão preparados para a retomada das atividades no Brasil e trabalham com a expectativa de um sinal positivo do governo federal.
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“As vendas estão acontecendo, tem navios fretados, tem navios com saídas regulares já vendidas, as pessoas que compraram viagens para 2020 e não embarcaram têm créditos para utilizar, irão embarcar agora neste ano. Tem toda uma indústria e um potencial de giro de receitas importantes. O turismo, no geral, é responsável por 8,5% do PIB do país, sem investimentos importantes, imagina quando a gente tiver esses investimentos, a riqueza dessa indústria. E os navios no Brasil são uma parcela desse 8,5% do PIB. Como é que de novo você tira o emprego dessas pessoas, todos estão prontos para a retomada, é dizer sim, e as pessoas embarcarem”, diz Magda à Bloomberg Linea.
A Abav espera que a decisão do governo federal liberando o retorno dos navios esteja próxima, embora haja resistências à medida. “A gente espera o ok da Anvisa neste mês, e não no mês que vem, porque não tem um porquê para protelar isso”, afirma a presidente da associação, acrescentando que os cruzeiros já receberam autorização para retomar as atividades em outras partes do mundo com a adoção de protocolos sanitários rígidos.
Magda lembra que, no ano passado, a temporada de cruzeiros foi totalmente cancelada devido à pandemia e que, de lá para cá, o setor aprendeu com os erros e acertos de outros países na gestão da crise sanitária. “Vamos fazer uma campanha para que a Anvisa entenda e libere. E que a gente faça isso com todos os protocolos”, disse Magda.
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