Bloomberg Línea — O presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro chefe de Estado a discursar nesta terça-feira (21) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, seguido pelo líder norte-americano, Joe Biden.
Bolsonaro afirmou que seu governo recuperou a credibilidade brasileira no exterior e voltou a ser principal destino de investimento entre os emergentes. Ele destacou o avanço da vacinação no Brasil, mas disse que seu governo é contra a vacinação obrigatória e o passaporte da vacina. Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce contra a covid: “apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce. Eu mesmo fiz tratamento inicial. História e ciência saberão responsabilizar a todos.”
O presidente brasileiro acusou as medidas de isolamento e lockdown como as responsáveis pela profunda inflação no Brasil e mundo todo e citou os protestos de Sete de Setembro. Confira os destaques:
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Confira os principais pontos do discurso do presidente Jair Bolsonaro
- Venho mostrar um Brasil diferente daquele publicado em jornais e na mídia. Estamos há dois anos e oito meses em qualquer caso concreto de corrupção. Nossas estatais davam prejuízo de bilhões de dólares no passado, hoje são lucrativas. Credibilidade já está recuperada diante do mundo, Brasil possui maior programa de investimento da sua história
- Até aqui foram contratados US$ 100 bilhões de dólares em novos investimentos
- Em infraestrutura, leiloamos para iniciativa privada 34 aeroportos e 29 terminais portuários
- Realizaremos o leilão para tecnologia 5G no Brasil nos próximos dias
- Nenhum país no mundo possui legislação ambiental tão completa quanto a nossa. Brasil tem grandes desafios ambientais, em dimensões continentais
- Brasil é exemplo na produção de energia
- Por ocasião da COP26, buscaremos consenso sobre regras de mercado de crédito de carbono global. Energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo são o futuro
- Futuro do Afeganistão nos causa profunda apreensão. Concedemos visto humanitário a cristãos, mulheres e crianças. Reitero nosso repúdio ao terrorismo em todas suas formas
- Em 2022 voltaremos a ocupar cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos países que confiaram no Brasil. É reflexo de uma política externa séria e responsável. Apoiamos a reforma do Conselho de Segurança, onde buscamos assento permanente
- Lamentamos todas as mortes por Covid no Brasil e no mundo. Sempre defendi combater o vírus e o desemprego. As medidas de isolamento e lockdown deixaram profunda inflação, no Brasil e mundo todo
- Concedemos auxílio emergencial para 68 milhões de pessoas em 2020, terminamos o ano com mais empregos formais do que em 2019, graças às ações do governo
- Nos primeiros sete meses desse ano, criamos 1,8 milhão de novos empregos, mais de 140 milhões de brasileiros já receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19
- Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil serão atendidos
- Apoiamos a vacinação, mas nosso governo é contrário ao passaporte sanitário ou qualquer obrigação relacionada a vacina
- Apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce. História e a ciência saberão responsabilizar a todos
- No último Sete de Setembro, milhões de brasileiros foram às ruas de forma pacífica mostrar que não abrem mão da democracia, liberdades individuais e apoio ao nosso governo
Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, 10h32
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, iniciou o discurso de abertura falando que o mundo deve “ligar o alerta” sobre as questões ambientais.
- “O mundo precisa acordar. Estamos indo para a direção errada, em meio à crise da Covid-19″
- “Desinformação e notícias falsas estão paralisando e dividindo o mundo”
- “A solidariedade está deixando de agir quando precisamos mais. Apesar de ter grande parte do mundo vacinada, mais de 90% dos africanos não têm acesso aos imunizantes”
- “Convoco os países a reformar as cobranças de juros e de impostos para garantir igualdade”
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