Caracas — A falta de acesso a produtos de higiene feminina e educação sobre saúde menstrual, além da deficiência na infraestrutura para gestão de resíduos, constituem um dos problemas das mulheres que vivem em áreas rurais da Venezuela, disse a ONG Acción por Venezuela em um comunicado à imprensa.
“As desigualdades sociais fazem com que as meninas, adolescentes e mulheres de áreas rurais não tenham os recursos necessários para atender com dignidade sua menstruação e métodos adequados que garantam uma higiene adequada e promovam o acesso à saúde”, explicou a diretora da Acción por Venezuela, Marisela Castillo.
Para trazer visibilidade à situação, a organização, por meio de seu Observatório Venezuelano da Mulher de Áreas Rurais, entrevistou mulheres da zona rural de Turgua, localizada no município de El Hatillo, estado de Miranda, para mostrar em um vídeo as consequências da falta de água e dinheiro em sua saúde menstrual.
“No vídeo, as mulheres entrevistadas garantem que usam panos devido à falta de absorventes, e para acalmar as cólicas, usam garrafas de água quente na barriga, além de tomar chás naturais porque não podem comprar analgésicos”, explicou Castillo.
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Segundo o comunicado da organização, tudo isso afeta diretamente suas vidas, pois, diante dessa situação, tanto meninas quanto mulheres precisam faltar às aulas ou ao trabalho durante a menstruação, o que agrava a condição de pobreza em que vivem.
“No Observatório Venezuelano da Mulher de Áreas Rurais, queremos visibilidade para as necessidades e as condições de vida das mulheres. São necessárias políticas públicas para abordar a importância de insumos e do acesso à água potável e ao saneamento para manejar o período menstrual como necessidade básica na Venezuela atual”, disse Castillo.
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