Efeitos da Evergrande e reunião do Fed devem pautar o mercado nesta semana

Mercado segue atento em relação ao cumprimentou ou não das obrigações da incorporadora chinesa junto a detentores de títulos e à reunião do Banco Central americano, que deve sugerir uma redução nos estímulos econômicos

Crise na incorporadora chinesa está no centro das atenções dos mercados mundiais nesta semana
Por Andreea Papuc
19 de Setembro, 2021 | 07:56 PM

Bloomberg — O mercado de ações segue pressionado neste início de semana, em meio aos desafios para a crise da dívida da incorporadora China Evergrande Group e de uma reunião do Federal Reserve (Fed) nesta semana, que deve sugerir uma redução do estímulo econômico. Os futuros da Austrália e Hong Kong caíram, enquanto os mercados do Japão, China e Coreia do Sul estão fechados devido a feriados. O S&P 500 recuou na sexta-feira, diante de uma onda de vendas que representa um desafio para a psicologia de compra nos EUA. O Nasdaq 100 também fechou em queda.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos subiram, antes da reunião do Fed nesta semana, quando políticos devem iniciar os preparativos para reduzir o estímulo econômico. Os títulos do Tesouro não serão negociados na segunda-feira na Ásia por causa do feriado no Japão. O dólar esteve misto no início do pregão asiático, depois de subir na semana passada.

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O yuan offshore estará sob atenção, enquanto os investidores esperam para ver se a Evergrande continuará a cumprir as obrigações com os detentores de títulos. Os investidores estão avaliando uma alta probabilidade de inadimplência, com uma das notas sendo negociada por menos de 30% do valor de face.

Além de Evergrande e da perspectiva de redução do apoio ao estímulo do Fed, os mercados financeiros também enfrentam riscos de incerteza sobre as perspectivas da agenda econômica de US$ 4 trilhões do presidente Joe Biden, bem como a necessidade de aumentar ou suspender o teto da dívida dos Estados Unidos. Os investidores já estavam preocupados com a desaceleração da recuperação global da pandemia e da inflação alimentada pelos preços das commodities.

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“As ações continuam vulneráveis a uma correção de curto prazo, com os possíveis gatilhos sendo coronavírus, o medo da inflação e a conversa americana de prováveis aumentos de impostos nos Estados Unidos e o impasse no teto da dívida e a desaceleração da economia chinesa”, disse em nota Shane Oliver, chefe de estratégia de investimento e economista-chefe na AMP Capital.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, voltou a lembrar que o governo dos Estados Unidos ficará sem dinheiro para pagar suas contas em outubro, sem definição sobre o teto da dívida, alertando para uma “catástrofe econômica”, a menos que os legisladores tomem as medidas necessárias.

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