Barcelona, Espanha — As preocupações com a inflação voltaram ao topo da lista nos mercados internacionais. Na Europa, os investidores centraram suas análises em como o aumento dos preços de energia, que alcançaram níveis recordes, podem afetar a recuperação da economia. Os principais índices operaram com muita volatilidade durante o dia e terminaram com queda. Nos Estados Unidos, o sentimento do consumidor americano aumentou ligeiramente no início de setembro, mas permaneceu perto de uma quase década de baixa, o que está contribuindo para a queda das ações na sessão de hoje.
Na agenda europeia o destaque foi o índice de preços ao consumidor (IPC) da Zona do Euro em agosto. Segundo a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, a taxa anual de inflação na zona do euro atingiu 3,0% em agosto, em linha com as estimativas do mercado, contra 2,2% em julho. Um ano antes, a taxa era negativa, 0,2%. A maior contribuição para a taxa de inflação anual da zona do euro veio do setor energético (+1,44 pontos percentuais).
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De um lado, o mercado avalia a os efeitos da crise de abastecimento, que fez disparar os preços da energia no continente e ameaça descarrilar a recuperação econômica da região. Os preços do gás na Europa mais do que triplicaram este ano, enquanto os custos de energia quase dobraram. “Uma coisa tem se tornado cada vez mais clara: a inflação elevada está aqui para ficar”, escreveram analistas do Deutsche Bank em relatório.
Ao mesmo tempo, os analistas ponderam como os indicadores de vendas respingarão sobre a inflação. As vendas no varejo do Reino Unido caíram pelo quarto mês em agosto, o mais longo período de declínio em pelo menos 25 anos, contrariando as expectativas de alta do mercado.
O volume de mercadorias vendidas nas lojas e online caiu 0,9%, após uma queda de 2,8% em julho, informou a Agência Nacional de Estatísticas do Reino Unido nesta sexta-feira. As vendas de alimentos caíram drasticamente, refletindo o deslocamento dos gastos dos consumidores para bares, restaurantes e entretenimento com a reabertura dos comércios.
Os mercados acionários na Europa fecharam assim nesta sexta-feira:
- Stoxx 600 Europe Index caiu 0,88% aos 461 pontos
- o alemão DAX perdeu 1,03%, para 15.490 pontos
- em Paris, o CAC 40 caiu 0,79%, situando-se nos 6.570 pontos
- o londrino FTSE 100 desvalorizou-se 0,91%, aos 6.963 pontos
- o IBEX 35 foi o único em sentido contrario, com alta de 0,31%, para 8.760 pontos
Ações em queda também nos Estados Unidos
O índice preliminar de sentimento da Universidade de Michigan subiu de 70,3 em agosto para 71, como mostraram os dados divulgados hoje. As estimativas convergiam para uma leitura de 72, conforme pesquisa da Bloomberg com economistas.
As condições de compra de bens duráveis domésticos, casas e veículos motorizados caíram para o nível mais baixo em décadas. O relatório dizia que os declínios devem-se a reclamações sobre os preços altos. Os consumidores esperam que a inflação aumente 4,7% durante o próximo ano, igualando a maior desde 2008.
Além de repercutir dados macroeconômicos, os investidores se dedicam ao vencimento de contratos de futuros e opções sobre índices, futuros sobre ações e opções de ações. O evento ocorre uma vez por trimestre, na terceira sexta-feira de março, junho, setembro e dezembro, e testemunha um grande volume de negócios.
- o S&P 500 caía 0,66% às 13h30 de Brasília, para os 4.444 pontos
- o índice Dow Jones perdia 0,38%, somando 34.622 pontos
- o índice Nasdaq baixava 0,79%, para 15.062 pontos
Confira o comportamento de outros mercados:
Petróleo
- Em Nova York, os contratos futuros de petróleo declinavam 1,07 % às 13h30 no horário de Brasília, para US$ 71,83 o barril.
Moedas
- o euro subia 0,26%, para US$ 1,1732
- o iene ganhou 0,21%, para US$ 109,98
- a libra esterlina caía 0,22%, cotada a US$ 1,3760
Ouro
- o ouro futuro perdia 0,14%, para US$ 1.754 a onça troy
Cripto
- o bitcoin subia 0,91%, para US$ 47,532
-- Com informações da Bloomberg News